sábado, 8 de março de 2014

158 PASSEIO PÚBLICO



PASSEIO PÚBLICO


 

É belíssimo o visual do Passeio

Restaurado o seu lindo arvoredo

É zelado, limpo, não inspira medo!

Todavia há algo de que receio

É a gente dúbia que ocupa o meio.

Bem alheia ao olhar da multidão

Que por ali passa, Eis que na solidão,

Triste mulher que há pouco foi despida

Saboreia um prato de comida

Compelida que foi pelo cafetão!

 

Ali impera a máfia do sexo

À revelia das próprias autoridades.

Não sofreu dissolução de continuidade

Apesar da grandeza de seu complexo.

Habita um grupo de jovens na lama submerso

Seres tais que seriam beldades  de esposas

Transformadas em vis mariposas

Desposando o vício e a embriaguês

Animalescamente feito raposas!

 

De bem lindo passa a ser antro de perdição.

Os seus bancos sombreados são palco

De descanso às escravas do álcool.

Que na triste sesta etílica onde estão.

Ajuntam-se à  ruína e a devassidão

Quando Baco e adultério travam luta

E não há vencedor na vil disputa.

A cada dia se somam mais e mais horrores.

Num trocadilho fiel sobre computadores

No Passeio não se fala senão “computa” !

 

João Bitu

...tem tudo a ver!
DOLORES SIERRA
Nelson Gonçlves
 

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