domingo, 29 de junho de 2014

154 LONGA AUSÊNCIA


153   LONGA AUSÊNCIA

Quando se quer mesmo amar
Lucas bem  o traduz
Tem que carregar a cruz
Conforme a sina mandar
E não pode reclamar!
Ele pensa noite e dia
E não tem mais alegria
Padecendo de “insonanda”
Voltado para Fernanda!
Que ficou lá na Bahia!

Passam os dias devagar
Parecem mesmo um ano
Fazem crescer o desengano
Dá vontade de gritar
Para o tempo caminhar.
Nunca viu mês tão comprido
Compromisso mais sofrido
E tão dolorosa espera
Não crer mesmo se supera
Seu coração dolorido!

Mas quando o amor é real
Supera qualquer barreira.
Porém não é brincadeira
A vida deste casal
Apesar de ser leal!
Contudo noutra não caia
Nem jamais p’ra longe saia!
Minha gente é um horror
A noiva em Salvador
E o noivo em Caucaia!

Eu louvo a persistência
Desta gente valorosa
Que disposta e corajosa
Não pensa em desistência,
Avança com insistência
Sem nem pouco vacilar!
Pois vale a pena esperar.
Daí gritar com orgulho
Salve 26 de julho
Que um dia há de chegar!

João Bitu





quarta-feira, 11 de junho de 2014

153 CURIOSIDADES DO SERTÃO por João Bitu



152 CURIOSIDADES NO SERTÃO



No sertão no dia a dia
-    Com enorme simplicidade
Uma e outra novidade
Que a existência  propicia
A vida nos contagia!
É ver em meio à pastagem
Um inseto de passagem
Despertado de assalto
Fugindo em sobressalto
Por entre a densa folhagem!

Doce chão de tanta glória
Onde enterrei meu umbigo
Donde guardarei comigo
Lembranças da minha história
Registradas na memória!
Com muito gozo e sossego
Com muito amor e apego
Desfrutando a natureza
Com toda sua beleza
Em seu afável aconchego!

Bem ao cume duma estaca
Um abre- fecha tremula
Tal um campina caçula!
E ainda mais se destaca
Sobre o dorso duma vaca
Que amamenta o garrote
E nem lhe importa o fricote
Da avezinha matreira
Numa prática costumeira
Que lá se vê em magote.
Um Caco de Cuia airoso
Sobre um lago sobrevoando
O seu fundilho molhando
Sobre a água venturoso
Num banho maravilhoso.
E aspirando numa boa
Um beija flor sobrevoa
Um  pomar com muitas rosas
De flores maravilhosas
Viçando sob a garoa!

A cigarra disfarçada
       Tal se não existente
Lança seu canto estridente
No meio da arvorada
Virtualmente encantada!
As lendas do caipora
Que faz medo e apavora
Faz mau uso do assobio,
Provocando arrepio!
Amedronta a qualquer hora.

As queixas da Mãe da Lua
Ecoando à distância
Repetindo com instância
        A   eterna mágoa sua
       Tanto diz que se extenúa...
       “Ai, mama” - triste lamento!”
        Repete a todo o momento
        Sem cometer exagero
        Todo o seu  desespero 
         Sua dor, seu sofrimento!

          Coisas mais que curiosas
          Que não há cá no asfalto
         Trazem apenas sobressalto
         Às pessoas mais medrosas
         Quando, então, misteriosas!
         Mas agradam com intensidade.
         Com toda sinceridade
         Viver assim no sertão
         Com esta paz no coração
          Só faz bem de verdade!!

           Não me canso de exaltar
           Tanta harmonia e bonança
           Que usufruí em criança
            Naquele incrível lugar
            De uma beleza sem par!
            Tanto gozo, tanta alegria
            Em meu doce dia a dia.
             Nunca mais terei na vida
             Coisa sequer parecida
             -EU ERA FELIZ, NEM SENTIA!!

                                     
              João Bitu