sexta-feira, 9 de maio de 2014

151 DONA VICENTINA



DONA  VICENTINA



Residia na Forquilha
A Dona Chicô Pereira
Sempre forte e altaneira
Uma mulher maravilha...
Tinha  uma neta-filha
Que criou desde menina
Sua Mãe era Idalina
Que a deixou na orfandade
Muito linda e sem vaidade
A bendita VICENTINA!



Bem próximo nas vizinhanças
Tinha o sítio Timbaúbas
Mais embaixo as Carnaúbas
O berço destas lembranças...
E das bem-aventuranças
De um matrimônio ditoso
De um enlace prestimoso
Em que a casta matriarca
Desposou o patriarca
Zé Bitu seu casto esposo.



Desta saudável união
Nasceram onze herdeiros
Os seus pais sempre ordeiros
Os criaram com perfeição...
Deram boa educação
Impuseram o que é direito
Amor, decência e respeito.
Um coração bem desperto
Buscando um futuro certo
De honradez e conceito.



Esta eloqüente varoa
Tinha  o dom de gerência
Tratava com reverência
A toda e qualquer pessoa...
Estimada como a patroa
Da gente circunvizinha
Por cada um ela tinha
Um afeto sem interesse
Era como se merecesse
O poder de uma Rainha.



Era a Rainha do lar
Junto àquele varão
Homem de bom coração
Sabiam  se comportar...
Formavam um lindo par
Foram sempre mui felizes
Não houve quaisquer deslizes
Nem briga ocasional.
Em sua vida conjugal
Nunca enfrentaram crises.



Suas músicas favoritas
Que sempre cantarolava
Quando a seus  filhos  mimava
Eram bastante bonitas...
Uma  era Manolita
Que canção comovedora!
De aceitação duradoura
Em quem nela se detém.
Cantava muito também
A saudosa Valsa Vindoura.



Quando estava na cozinha
Não tinha  ninguém igual
Somente com água e sal
Comida melhor não tinha...
Preparava o que convinha
Uma gostosa tapioca
Com goma de mandioca
Cozinhava de tudo a esmo
Feijão de corda e torresmo
E baião de dois com paçoca



Mas a vontade Divina
Enviou os anjos seus
Levar  pra  junto de Deus
A nossa querida heroína...
Nossa amada VICENTINA
Foi fazer o seu renovo
Deixou aqui o seu povo
Conforme diz o Evangelho
Deixou o seu mundo velho

E foi morar num mundo novo!

João Bitu.
...tem tudo a ver!
MAMÃEZINHA QUERIDA
Carlos Galhard

segunda-feira, 5 de maio de 2014

150 TUDO PASSA



TUDO PASSA


“GUARDO como se tudo fosse agora
Com bastante clareza ainda lembro
Era uma noite cálida de setembro
Assim pelas vinte e uma horas
Em quarenta e oito e, muito embora,
Eu já fosse quase um homem feito
Ao ouvir Maria Bethânia, com efeito,
Na voz plangente de Nelson Gonçalves
(Eu estava na Rua Major Joaquim Alves).
Pus-me a chorar não houve outro jeito”.

Nossa casa era em frente à Catedral
O que sugeria paz e confiança
Tinha ao lado uma rica vizinhança
Doce gente pura e jovial
Semelhante não havia igual!
Era uma rua larga e conservada
No centro da cidade situada
Tinha um alinhamento impecáve
Arborizada de forma acurada
De beleza simples e admirável!


O nome dela, hoje, nem mais existe
Com outra denominação ora acontece
Não quero dizer que esta a desmerece
Mas de qualquer modo fico triste
Pois a sua lembrança em mim persiste!
Sinto saudade, porém, idoso sou eu
A cidade toda rejuvenesceu
E que belo rejuvenescimento!
É notável seu enriquecimento
Que grandemente a enalteceu!


Nem parece mais a antiga cidade
Sua expansão é coisa impressionante
O seu crescimento é fator constante
Poucos hoje ali moram em realidade
Dentre amigos de nossa mocidade
Ao passar os tempos se ausentaram
Para outros centros se mudaram,
Empreenderam a longa viagem
Ou por outra, somente de passagem
Visitam a cidade que tanto amaram!



Aliás, eu mesmo, um exemplo sou
Que há anos não ia à minha terra.
Nas  Carnaúbas meu doce pé de serra.
Pude então ver como tudo mudou
A paisagem toda se transformou.
Do Machado resta no leito o pó,
Ficou vazio. O frondoso Pau Mocó
Triste fim, ao tronco foi aparado
O coaçu igualmente eliminado
Tudo se fez melancolia só!

No presente, aos trancos e barrancos,
Ao chegar quase aos oitenta anos
Conclui inúmeros dos meus planos
E embora com muitos cabelos brancos
Sou feliz e com  sorrisos francos
A propósito das transformações,
Êxitos e até decepções,
Escrevi uma página bem sucedida
Ao viver uma vida bem vivida
De amor, alegria e muitas emoções!



Sempre cri na Divina providência.
Nela pus toda minha confiança
Dela alcancei tão só paz e esperança
Harmonia, saúde e bem querência
SUA glória, poder e sapiência
Que derramaram sobre os ombros meus
Os bem-aventurados poderes Seus
Sempre em momento o mais exato.
Assim sou infinitamente grato
Pois que sempre tive a bênção de DEUS!


João Bitu
...tem tudo a ver!
MARIA BETHANIA
Nelson Gonçalves