segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

172) DIGA-SE DE PASSAGEM Por João Bitu





DIGA-SE DE PASSAGEM

Queixou-se certo vivente
Desses que sofrem calados
Triste sina de casados
Com problemas pela frente
E os suportam ocultamente.
“Se num relacionamento
Em todo e qualquer momento
Não há reciprocidade,
-A devida cumplicidade-
Então não há casamento”

Este mundo está repleto
De enlaces mal sucedidos
Corações desiludidos
Infelizes por completo,
Sem amor e sem afeto.
Se a gente visse o futuro
Enxergasse no escuro
Não teria a desventura
Duma infeliz aventura
 De um idílio impuro!

Quer saber o  que  faria
Como se eu tivesse o dom
Se conselho fosse bom
De graça não se daria
Quando muito venderia.
Isto é assunto morto
É um triste desconforto
Seu destino anda mau
Quando torto nasce o pau
Não tem jeito morre torto

Não precisa nem pensar.
Ela entrou em sua vida
E não foi bem sucedida
Que desocupe o lugar
Para uma outra entrar...
O que é errado se conserta
É uma coisa  mais que certa
Que não fique atrapalhando
Mais do que já  vá andando
A porta está sempre aberta!

João Bitu

... tem tudo a ver
SEGUE O TEU CAMINHO
Sólon Sales e Mário Zan





quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

171 CONSTATAÇÃO



171          CONSTATAÇÃO




Além de um pensador,
DEUS também me fez poeta
Reservou-me uma discreta
Tendência para compor
Versos de qualquer teor!
Vez por outra sinto me instado
A falar de meu passado
E ponho-me a fazer versos
De conteúdos diversos
Mas, para o passado voltado!





Eis-me aqui como o digo
Pensando em quando criança
Com a mais firme esperança
De relembrar fato antigo
E quase sempre consigo.
Recordo qualquer passagem
Uma festa, uma viagem
O roçado, o Pau Mocó
O gostoso pão de Ló.
Ou de qualquer molecagem! ...





Numa seresta, que cruel!
Uma infame vadiagem,
Mais que isto, molecagem
O condenável papel
Das caçambas de Seu Abel,
Atitude muito feia
 Merecíamos uma peia.
Mas um amigo boníssimo
Junto a Afro Veríssimo
Nos livrou de uma cadeia!





Isso foi na adolescência,
Do que ainda me arrependo
E continuo sofrendo
Com peso na consciência
Por tamanha inconsequência.
Grande esperança me acalma
Assim com fé busco calma
Como num banco de réus
De joelhos imploro aos Céus
Perdão para a minha alma!





Bem mais plausível é
Referir-me a um passeio
Com o meu “EU” bem cheio
De ansiedade e de fé
Que fizemos ao Catolé
Para levar um “Alô”
A Tio Sousa e Lilô
Tio Dedé e a patroa,
Isto sim foi coisa boa!
Como abraçar “Vó Chicô”.





Tal lembrança, isto sim,
Desliza pela memória
Resulta como vitória
Não traz nada de ruim
Gosto de tê-la é assim!
Proclamo no melhor tom
Comento em alto e bom som
Enaltece e nos enrica.
Lembrete tal gratifica,
“Mesmo do Catolé é bom”!





As festas em Juazeirinho
Há muitos anos atrás
-Miguelópolis aliás-
De Zé Clementino o ninho
Que ficava bem pertinho
Do meu amado torrão.
Era São Pedro e São João
São Pedro o padroeiro,
Com o festejo costumeiro
 Linda comemoração!





De Emília e Lourival
Também nasceram ali
Luiz, Pedro e Ceci
A base original
Sem falar do principal
O poeta - com carinho!
Luzineide e Paulinho
Outro az da poesia.
José Almir e Maria
Esposa de Zé Pretinho.





Meu estilo de poesia  
Não sei  a quantos agrada 
Isto não quer dizer nada,
Com humilde sabedoria
Versejo com alegria
E escrevo o dia inteiro,
Sem querer ser o primeiro.
E guardo isto comigo:
Farei tal como consigo
Pois sou um mero Blogueiro.





Desta vez além de versos
Fiz um pouco de história
Recorrendo à memória
Falei de assuntos diversos
Nenhuns, porém, adversos.
Na verdade este texto
Sob qualquer um pretexto
Apenas por coerência
Ou por mera coincidência
Não sai mesmo do contexto!



João Bitu









sábado, 7 de fevereiro de 2015

170 OS QUATRO CHEFES DAS CANAÚBAS Por João Bitu





OS QUATRO CHEFES DAS CARNAÚBAS

ZÉ BITU -homem honrado
De invejável visão
Um bondoso coração
Honesto e respeitado
Em toda a região.
Dotado de Inteligência
De uma sã consciência
Sem mácula e sem defeito
Cidadão muito direito
Cheio de amor e decência.


Acordava logo cedinho
E depois de lavar o rosto
Sempre esperto e disposto,
Tal e qual os passarinhos
Que abandonam seus ninhos
Ou melhor, seu agasalho,
Para enfrentar o orvalho
Existente na capoeira,
Onde foi sempre corriqueira
Sua lida, seu trabalho!


Chico Chicô o cunhado
Era Pai de duas filhas
Eram duas maravilhas
Que amava deslumbrado
Também por elas amado.
­Provindos dum capinzal,
Tinha o hábito normal
Jamais fugia à escrita,
Tangia a vaca BONITA
Com destino ao curral


Era uma vaca vistosa
De notável procedência
Tinha ela a aparência
De uma rês majestosa
Muito bela e valiosa.
No tempo certo amojava
Firmemente conservava
Até que sem nenhum erro
Uma bezerra ou bezerro
Ao dono presenteava!



Antônio Bitu seu Antõe
Assim como era chamado
Também era apelidado
Intimamente Nonõe
Cuja ALCUNHA se sobrepõe.
Não gostava de animais
Por isto mesmo jamais
Lhes teve sequer clemência
Sempre deu preferência
 Ao plantio de arrozais

                                                                  
Sua vida era voltada
Para a luta no roçado
Firmemente dedicado
A roçadeira e a enxada
Ferramenta apreciada.
O cigarro é sua parelha! ...          
Quando lhe dava na telha
Era uma imagem barroca
Cigarro no canto da boca
Ou então, atrás da orelha.


Afonso era barbeiro
E também agricultor
Mas, coitado, um sofredor
Casou e ficou solteiro;
Trabalhava lá no Romeiro.
Pai de quatro criancinhas
Pareciam uma escadinha
Quase assim abandonadas
Tristes e desanimadas
Em condições muito mesquinhas!


Mas, enfim, até que a sorte
Por uma obra Divina
Transformou a sua sina
E o fez um homem forte
Destinando-lhe um suporte.
Sua vida não era prosa
Triste e dificultosa
Pôs os seus pés na estrada
Foi em busca duma amada
FILOMENA na CHEIROSA!


OS QUATRO eram modelo
De retidão e decência
Não viviam de aparência
E tinham o maior desvelo
E um apurado zelo
Pela terra, pelo vizinho,
Suas casas, o seu ninho.
Desta forma eram olhados
E altamente estimados
Com respeito e com carinho!


João Bitu

Faz lembrar. ..
MARIA BETHÂNIA
Nelson Gonçalves