NOSSA
RUA INESQUECÍVEL
A
Rua Major Joaquim Alves em Várzea-Alegre, tinha início junto à Usina Primo na
entrada da estrada que leva ao curso do Machado, conduzindo aos Grossos através
de um longo e estreito corredor alagado durante o período chuvoso, ladeado por
cercas de arame farpado. À esquerda fica
a Praça Santo Antônio e ao lado direito a Bethânia, por cujo bairro acessa a
cidade toda aquela gente procedente das Carnaúbas e de tantos outros sítios ao leste
do Município.
A
cidade ali começava e numa ligeira subida até a bodega famosa de ZEBITU, tinha
pela frente um monte não muito grande chamado Alto dos
Silvas, pequeno trecho de rua onde foi construída a Capelinha de São Francisco,
habitado em sua maior parte pela família Frutuoso, gente bastante estimada na localidade.
A
Major Joaquim Alves tendo de em lado a Usina Diniz e do outro a renomada Mercearia de Zebitu,
prosseguia rumo ao Centro, em perfeito alinhamento, abrigando famílias ilustres
e bem relacionadas. A majestosa Igreja de São Raimundo Nonato, tinha em frente
uma pracinha simples, cuja beleza
natural era ofuscada pelo esplendor da Igreja Matriz. A casa Paroquial
era situada na esquina da praça que por
uma estreita rua ia findar na Lagôa de São Raimundo Nonato, próxima ao bairro
Vazante de saudosa recordação.
Reiniciava-se
o trajeto e sempre portando belas residências ia parar junto à Praça Velha,
cortada pelo Beco de Gobira ( hoje ZÉ Clementino merecidamente), tendo em
frente um antigo prédio onde funcionaram os estúdios da Amplificadora “A VOZ DE
VÁRZEA ALEGRE”, órgão de reconhecida utilidade pública, notadamente, para a nossa juventude. Este lado da Rua
prosseguia até a loja de Natanael Moreno e, consequentemente, a Praça Nova,
hoje conhecida por Praça dos Motoristas. No lado oposto havia em grande escala
a existência de Lojas de Tecidos. Desde
Zé Rolim até Vicente Moreno e Casa ABC e depois a Farmácia de Hamilton Correia.
Aí findava nossa rua. Começavam a Rua do Juazeiro e a Duque de Caxias, também com outras
denominações atualmente.
A
praça Nova era o ponto de encontro da Juventude, que passeava à noitinha ao som
das mais lindas músicas e onde tiveram
início grandes romances. Pode-se dizer que aquele local poderia ser chamado o
coração da doce terra!
Enfim, ao término da citada rua. estavam as residências do
industrial Joaquim Diniz e a do Famacêutico Hamilton Correia, que foi por
várias vezes Prefeito da cidade.
Salve
Várzea-Alegre, salve nossas pracinhas, salve o lugar que foi o berço de nossas
existências. Muita coisa poderá ser
mudada, mas não mudará jamais o nosso
amor por aquelas plagas abençoadas, donde ausentes estamos por força do
destino, mas apenas fisicamente, porquanto, os nossos corações alí permanecem
para sempre fincados.
DEUS assim nos conservará!
João Bitu