O SÍTIO
CARNAÚBAS
É um pedaço de chão fértil, produtivo e saudável situado
no Município de Várzea-Alegre à encosta do Riacho do Machado, vertiginosamente
belo e utilíssimo pela enorme riqueza das águas correntes que banham as margens
verdejantes, quando das enchentes transbordantes durante o período chuvoso. É de uma riqueza imensurável que presenteia
seus habitantes com muita alegria e felicidade em razão da farta produção agrícola e da pastagem abundante que
alimenta os animais ali existentes.
Aquele sítio fica situado entre as Lagoas e Juazeirinho
no sentido Várzea-Alegre/Distrito do Canindezinho, próximo à Estrada Velha e
Jatobá onde tremulava a folhagem nos famosos pés de Juazeiro, em número de
quatro, com sombra convidativa para os
transeuntes costumeiros que lá descansavam de suas caminhadas.
Nas Carnaúbas, pois, foi onde POMPILIO VELHO testemunhou
o meu nascimento que originou o surgimento de uma prole bem sucedida e estimada
que veio a se chamar “A BITUZADA”, por determinado poeta em inspirada ocasião.
ZÉ BITU – seu líder abençoado - era um homem de muita
inteligência e sabedoria e até certo ponto um tanto introvertido, não se
ligando ao “disse me disse” que de qualquer esquina par-
tia, limitando-se ao repente habitual que lhe era instintivamente
comum, contando-o na ocasião e local adequados.
Ao seu lado Dona Vicentina, a companheira virtuosa e
dinâmica vigiava com rara competência a criação dos filhos a quem juntos davam educação
a mais completa e primordial, incutindo neles com muito amor os princípios
necessários ao dia de amanhã. Eram os
dois, exemplos da mais perfeita grandeza e harmonia diante da prole
constituída.
Dona Vicentina tinha uma irmã chamada ZUCA, que nasceu na
FURQUILA, uma moça muito dócil, bonita e prendada que foi morar conosco nas
CARNAÚBAS, onde nos fez companhia por longos anos, até que contraiu núpcias com
EURICO DUARTE, foi morar em sua própria casa e posteriormente migraram rumo a
SÃO PAULO e outros lugares adjacentes nos quais permanecem até hoje os seus
descendentes.
Além deles, ali residiam os meus Tios Nonôe, Isa e Afonso
Bitu descendentes de JOÃO ALVES FEITOSA BITU daquela gente que teve sua origem
junto à enorme ramificação que habitava no Sanharol, oriunda dos sertões de Inhamuns.
Antônio Alves Bitu, meu estimado Padrinho Nonõe, era um
fumante inveterado, tinha sempre
seu cigarro de palha colocado atrás da orelha quando não estava tragando,
vício que resultou levando-o
precocemente à sepultura.
Tia Isa – santa criatura – casada com Chico Chicô,
morava num chalé muito bem acabado jun-
to do famoso Coaçu que sombreava o passadiço e a cancela
da manga dos BITUs. perto do Jaburu, paraíso agrícola do CEL.ZÉ VITORINO,
cidadão muito rico da região. Era
muito reli-
giosa e asseada, razão porque era alvo de nossa ais
acentuada simpatia.
Afonso Bitu – o caçula daquela geração em vida – entre
os quatro era o mais sacrificado eco-
nomicamente, vítima ainda de uma viuvez inesperada tendo
que assumir a criação de quatro
filhos pequenos e sem recursos, coitado.
Esta era a família Bitu que ocupava o nosso querido Sítio Carnaúbas ainda hoje
estimado e
que jamais será esquecido em seus mais íntimos
pormenores.
Como morador ainda daquela doce localidade, ocupando um
tosco casebre de taipa e,
vivendo na mais
absoluta pobreza, carregado de filhos, só ele e DEUS para criá-los, havia naquela época ainda POMPILIO JOSÉ DUÓ o meu inesquecível amigo, professor e poeta,
a quem devo muito do pouco que consegui aprender no âmbito da poesia.
Daria muito para voltar a vivenciar com aquela gente
maravilhosa e saudável do adorável rincão onde fui feliz um dia. Adeus terras
de meu coração, que DEUS as conserve em toda sua
magnitude. Um
caloroso abraço gente de saudosa memória!
Que saudades daquela infância de glórias
Quando e onde estas coisas se passaram
E outros tantos fatos ocorreram
Suscitando esta singela
história
Que pra sempre guardarei na memória.
Personagens e firmas verdadeiros
Dos primeiros até aos derradeiros
De que falo com toda sinceridade
Com orgulho e muita propriedade
Como são hábitos meus costumeiros!!.
João Bitu