quinta-feira, 24 de abril de 2014

149 RETORNO AO CEARÁ




RETORNO AO CEARÁ


“ Aos amigos Raimundo Meneses

e Edmar Bezerra”



Fui ao Rio de Janeiro

Para ficar, não fiquei

Dez anos por lá passei

E é claro que gostei,

Mas nunca me acostumei.

É uma vida agoniada

Corrida e atribulada

Somente quem lá morou

De largo experimentou

Como a vida é agitada.



Quando cheguei lá no Rio

Estranho a toda gente

Tinha só algum parente

 Um tanto ou quanto arredio

Por conta da luta a fio.

Era amarga a situação

Dias sem nem um tostão

Para suprir os meus gastos.

-Morava  em Magalhães Bastos

Bem no Morro do Capão!



Sem a mínima comodidade

 E com sacrifícios mil

Pela Central do Brasil

Ia e vinha à cidade

Na maior precariedade.

Era um transporte apertado

Trens sempre superlotados

Em dias subseqüentes

Conduzindo até pingentes

Pelas portas pendurados!




Fosse gemendo ou chorando

Não havia alternativa

Para se ter vida ativa

Só mesmo se acostumando

E o martírio enfrentando.

O dia a dia no Rio

É de dar arrepio

Não é bom nem se pensar

Bem melhor aqui morar

Onde canto e assobio!



Este é o lado negativo!...

-Chamada em verso e prosa

A Cidade Maravilhosa!

É maravilhosa sim

Pode ser chamada assim.

Com respeito o mais profundo

Reconheço bem no fundo

Eu aqui e ela lá

Porquanto, o meu Ceará

É a terra melhor do mundo!.



Bendito seja o Senhor

Que sempre me acudiu

Pois que me reconduziu

Para onde com muito ardor

Tenho carinho e amor,

Uma adoração extrema,

Afeição quase suprema

Nossa bela Fortaleza,

Envolta só em beleza

A terra de Iracema!


João Bitu

...tem tudo a ver!
MEU RIO DE JANEIRO
Dick Farney



domingo, 20 de abril de 2014

148 MEU PEDAÇO DE CHÃO AMADO



MEU PEDAÇO DE CHÁO  AMADO


Sou das Carnaúbas, no alto sertão
Pedaço de chão que fica entre serras
Vizinho ao Riacho, em um clima frio
À beira do Rio, que beleza encerra!

Ao lindo Riacho, nada a comparar
Como é bom morar naquele recanto
Coberto de flores e cheio de rosas
De frutas gostosas é mesmo um encanto!

De lindas manhãs, as aves em fuga
Quem cedo madruga seus olhos encanta
Chão bem cultivado, muitas  plantações
Os férteis torrões cobertos de planta!

O  Céu estrelado e apaixonante
Não cessa um instante de tanto brilhar
As nuvens ausentes ao longe escondidas
Invejam ofendidas aquele luar!

O cantar dos pássaros, que alegres passeiam
Felizes gorjeiam na copa do Oiti
A brisa agradável à boca da noite
Do vento o açoite do Aracati

 A velha ribeira que leva à cidade
Oh quanta saudade eu sinto de lá
Dos pés de Juá e sua folhagem
Daquela paragem lá no Jatobá!

Bem longe nas serras, onde a  vista  acaba
Minha alma desaba em doces lembranças
De tempos passados. Nossos corações
Trazem recordações de quando em  crianças!

A noite se vem, com suas estrelas
Faz gosto se vê-las no Céu a brilhar
Parecem brilhantes lá no horizonte
Não há quem as conte nem vale tentar

Meu torrão querido, meu berço  amado
Deixo em ti  guardado tudo que há em mim;
Um grande Amor não tem qualquer preço
E com muito apreço te amo enfim.

João Bitu.


...tem tudo a ver!
PROPRIÁ
Luiz Gonazaga


quinta-feira, 17 de abril de 2014

290 RÈPLICA DE ALGUNS ADÁGIOS



 

290    RÉPLICA DE ALGUNS  ADÁGIOS

O mundo inteiro conhece

 Esse adágio sem senões:

“O coração tem razões

“Que até a razão desconhece”.

Comigo mesmo acontece.

Bem na cara do freguês,

Pensando melhor talvez

Ou por mero sentimento

Senti arrependimento

E já não foi só uma vez.

 

O ódio nada constrói

E nem leva a coisa alguma

A má querência em suma

Com certeza só destrói

Desestabiliza e dói,

Só o perdão nos convém.

Se ofendidos por alguém

Melhor será olvidar.

Se ousarmos revidar

Então erramos também!

 

A quem com o ferro fere

Com o  ferro será ferido

Aquele que for atingido

Nem pouco se desespere

Pela providência espere.

Não será ele o  primeiro

Nem tampouco o derradeiro

 O feitiço nele recai

O castigo um dia lhe cai

Como fiel justiceiro.

 

Quem maltrata sempre esquece

Mas quem tolera perdoa

E a si cabe a coroa

O malvado um dia padece.

Grande castigo merece

Uma punição segura

Como água em pedra dura

Que de cair lentamente

Sobre si constantemente

Tanto pinga até que fura!






 

Não se meta  em partido

Entre mulher e marido

É uma briguinha qualquer

O casal termina unido

E você é um enxerido!

Em verdade nem te liga

Mesmo sendo gente amiga

Nem um pouco se lhe importa

Pra você é que a coisa entorta

Vai  lhe sobrar  é uma  intriga!

 

 


 

 
Quem faz o bem planta o bem

Quem faz o mal planta o mal

Um princípio Divinal!

Fazer bem sem ver a quem

É o que mais nos convém.

Salve, salve o bom cristão

Dono de bom coração

Conformado com o que tem

Não deseja nada além

Não tem qualquer ambição!
 

 

É bem melhor prevenir

Não ter que remediar

Vale a pena concentrar

Para não deixar fugir

O que se quer possuir.

Quando alguém está guardando

Algo nas mãos segurando

Que  tenha toda atenção;

 Um só pássaro na mão

Vale mais que dois voando!

 

Por isto que este poema

Vai findando neste ponto

Não vou me fazer de tonto

E adulterar o tema

Com loquacidade extrema.

Fiz as rimas simplesmente

Buscando ser coerente

Sem piadas e nem prosas

Escrevi as minhas glosas

Sem forçar tampouco a mente!

 

João Bitu
...tem tudo a ver!
LARANJA MADURA
Ataulfo Alve.s
 

 

 

terça-feira, 8 de abril de 2014

289 DESTINO MEU



DESTINO MEU

 

Quem caminha sempre alcança

Inútil é se apressar

Basta tão somente andar

Com cautela e esperança

-Quem espera por DEUS não cansa!

Sempre ouvi meus ancestrais

Não esqueço nunca mais

Dos  conselhos valiosos

Tão ricos e prestimosos

Iguais não ouvi jamais!

 

 

Minhas preces são marcadas

Pela fé e a esperança

Sou ouvido com bonança

Tenho todas alcançadas

Tal como são almejadas.

Não há tristezas em mim

Sempre e sempre foi assim

Não há ventura desfeita

É  hamonia  perfeita

É contentamento, enfim!

 

Considero provações

Os contratempos amenos

Imprevistos de somenos

Temor, preocupações

Que nem suscitam atenções,

São passagens em nossas vidas

Quase nada percebidas

Consideradas rotina,

Que a própria Medicina

Logo as tornará vencidas



Lamento não ter estudado

Pois que tive o privilégio

De freqüentar bom Colégio

Mas fui muito impensado,

Melhor dizer: relaxado,

Trivial - hábitos ledos  -

Deixei fugir entre dedos

O que era tão favorável

Fui demais irresponsável

Tal menino de brinquedos

                                                    

Eu prefiro então pensar

Que isto é  minha sina

A sabedoria ensina

Que não há como mudar

Temos que nos conformar.

Para mim é só  beleza

E tenho plena certeza

Que nada faço senão

De todo meu coração

Aceitar a natureza!

 

 Nada, nada neste mundo

Ocorre porque queremos

Bem na  hora em que nascemos

A sentença vem num  segundo

É  fato mais que  oriundo!

O que tem de ser será

O que for pra vir virá

Minha glória se completa

Quando DEUS  me fez poeta

Para mim melhor não há.

 

Não permita DEUS que eu minta

A verdade assim seja

E que ELE me proteja

Como penso o consinta.

Quando completei os trinta

Deu-me uma de aventureiro

Fui pro Rio de Janeiro

Pra ficar e não fiquei

É  DESTINO MEU – eu sei,

Cearense sou por inteiro!.

 
João Bitu
...tem tudo a ver!
SOMHO MEU
Maria Bethânia e Gal Costa