sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
023 APOLOGIA DE FAMÍLIA
)
EU E MINHAS SAUDADES
Eu nasci lá nas Lagoas
Do Coronel Zé Vitorino
No sítio Carnaúbas
Meu paraíso Divino
Nossa casa era ao lado
Do Riacho do Machado
Em clima ameno e junino!
Na frente do casarão
Tinha uma árvore que só
De lembrá-la a emoção
Na garganta dá-me um nó
Meu peito ainda se agita
Com aquela coisa bonita
O frondoso “Pau Mocó”
Bem próximo do quintal
Tinha um pé de sabonete
Que sombreava o curral.
Para o gado em deleite
Onde se via cabisbaixa
Nossa vaca “Ponta Baixa”
Da família – A Mãe de Leite
O Luar das Carnaúbas
É mais belo que o da cidade
Nenhum prédio lhe ofusca
A saudável claridade.
O luar do meu Sertão
Enobrece o coração
E o acalenta de verdade!
Quando chegava o verão
A cultura das sementes
E o transporte do algodão,
Bem no terreiro da frente
Os burros comiam feno:
Veneza, Mimoso e Moreno,
Melão, Dourada e Corrente!
Dessa tropa de animais
Posso esquecer, mas, não
quero
De vê-la posta em currais
Sob os cuidados austeros
Porém corretos e ordeiros
Daqueles bravos tropeiros
JOSIAS E ZÉ SEVERO.
A minha humilde infância
Modesta sim, mas querida,
Num clima de tolerância
Sem luxúria foi vivida.
O sertão foi meu berçário
Onde cursei o primário
Com Zely e Margarida!
Não posso esquecer o Lopes
E da manga do Jaburú
Quando tirava a galope
Da cacimba ao Coaçu
E da escola – meu grupinho
Carlos, Lauro de Agostinho,
E Francisca de Pupu!
As quermesses do Juazeirinho
Tradição muito rica
Tinha milho bem verdinho
Muita pamonha e canjica
Na minha infância modesta
Nunca perdi uma festa
Do Velho Miguel Marica
Saudades bem verdadeiras
Daqueles pés de Juá
Que ficavam na ribeira
Nas terras do Jatobá.
Sinto um desejo medonho
De rever IRENE E ANTONIO
SEU MOISÉS, ROSA e o Tiá!
NENEM DE ZÉ DE ISMAEL
Minha estimada comadre
BAÍA, CHICO E JOEL,
Muito mais do que compadres
Amigos até a morte.
E lá no sítio BOA SORTE
Dona Maria e Zé do Padre!
POMPÍLIO JOSÉ DUÓ
Criado com Zé Vitorino
Era pobre que nem Jó,
Mas decente e muito fino
UM AMIGO DE PRIMEIRA.
E a velha lavadeira
Madalena de Pinino!
Oh que saudades que eu tenho
Da gente lá do meu Centro
Das minhas idas ao engenho
Lá da Lagoa de Dentro
Dos jiraus que se montava
E que Mamãe aguava
“De cebolinha e coentro”!
Lembro a moita das galinhas
As touceiras de gitirana
As grandes safras de pinha
E dos pés de cajarana.
Lembro também no terreiro
De um enorme mamoeiro
De frutos tais mel de cana!
Das matas de marmeleiro
Jurema, sarça e Oití,
Mufumbo branco e pereiro
Mandacaru e Tingui
Malícia e Arapiraca,
Juazeiro e alfavaca
Nada disto há por aqui!
Hoje moro na cidade
Com minha alma dividida
Preso á doce mocidade
Sem poder mudar de vida
Por mais que ame o Sertão
É aqui que ganho o pão
-Apesar da vida sofrida!...
João Bitu
024 EU E AS MINHAS SAUDADES
)
EU E MINHAS SAUDADES
Eu nasci lá nas Lagoas
Do Coronel Zé Vitorino
No sítio Carnaúbas
Meu paraíso Divino
Nossa casa era ao lado
Do Riacho do Machado
Em clima ameno e junino!
Na frente do casarão
Tinha uma árvore que só
De lembrá-la a emoção
Na garganta dá-me um nó
Meu peito ainda se agita
Com aquela coisa bonita
O frondoso “Pau Mocó”
Bem próximo do quintal
Tinha um pé de sabonete
Que sombreava o curral.
Para o gado em deleite
Onde se via cabisbaixa
Nossa vaca “Ponta Baixa”
Da família – A Mãe de Leite
O Luar das Carnaúbas
É mais belo que o da cidade
Nenhum prédio lhe ofusca
A saudável claridade.
O luar do meu Sertão
Enobrece o coração
E o acalenta de verdade!
Quando chegava o verão
A cultura das sementes
E o transporte do algodão,
Bem no terreiro da frente
Os burros comiam feno:
Veneza, Mimoso e Moreno,
Melão, Dourada e Corrente!
Dessa tropa de animais
Posso esquecer, mas, não
quero
De vê-la posta em currais
Sob os cuidados austeros
Porém corretos e ordeiros
Daqueles bravos tropeiros
JOSIAS E ZÉ SEVERO.
A minha humilde infância
Modesta sim, mas querida,
Num clima de tolerância
Sem luxúria foi vivida.
O sertão foi meu berçário
Onde cursei o primário
Com Zely e Margarida!
Não posso esquecer o Lopes
E da manga do Jaburú
Quando tirava a galope
Da cacimba ao Coaçu
E da escola – meu grupinho
Carlos, Lauro de Agostinho,
E Francisca de Pupu!
As quermesses do Juazeirinho
Tradição muito rica
Tinha milho bem verdinho
Muita pamonha e canjica
Na minha infância modesta
Nunca perdi uma festa
Do Velho Miguel Marica
Saudades bem verdadeiras
Daqueles pés de Juá
Que ficavam na ribeira
Nas terras do Jatobá.
Sinto um desejo medonho
De rever IRENE E ANTONIO
SEU MOISÉS, ROSA e o Tiá!
NENEM DE ZÉ DE ISMAEL
Minha estimada comadre
BAÍA, CHICO E JOEL,
Muito mais do que compadres
Amigos até a morte.
E lá no sítio BOA SORTE
Dona Maria e Zé do Padre!
POMPÍLIO JOSÉ DUÓ
Criado com Zé Vitorino
Era pobre que nem Jó,
Mas decente e muito fino
UM AMIGO DE PRIMEIRA.
E a velha lavadeira
Madalena de Pinino!
Oh que saudades que eu tenho
Da gente lá do meu Centro
Das minhas idas ao engenho
Lá da Lagoa de Dentro
Dos jiraus que se montava
E que Mamãe aguava
“De cebolinha e coentro”!
Lembro a moita das galinhas
As touceiras de gitirana
As grandes safras de pinha
E dos pés de cajarana.
Lembro também no terreiro
De um enorme mamoeiro
De frutos tais mel de cana!
Das matas de marmeleiro
Jurema, sarça e Oití,
Mufumbo branco e pereiro
Mandacaru e Tingui
Malícia e Arapiraca,
Juazeiro e alfavaca
Nada disto há por aqui!
Hoje moro na cidade
Com minha alma dividida
Preso á doce mocidade
Sem poder mudar de vida
Por mais que ame o Sertão
É aqui que ganho o pão
-Apesar da vida sofrida!...
João Bitu
...tem tudo a ver!
O CHÃO QUE DEUS ME DEU - QUARTETO ADORAÇÃO
(Original: CANÇÃO DO ÊXODO]
...tem tudo a ver!
O CHÃO QUE DEUS ME DEU - QUARTETO ADORAÇÃO
(Original: CANÇÃO DO ÊXODO]
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
039 É O MAL DA IDADE
É O MAL DA IDADE
(Ânsia Louca)
Conheci uma
jovem muito bela
Privilegiada
pela sábia natureza
Seu corpo era cruel malvadeza
Para os que
punham um olhar sobre ela...
Apesar de tudo
é meiga e singela
Com um sorriso
ingênuo de criança
Que faz agitar
todas as ânsias
E fervilhar o
sangue pelas veias
Mudando idéias em outras alheias
Aos princípios nossos desde a infância
Ai se lhe pego
sei que morro
Como diz a
canção em versos e sons
Dar-lhe-ei um
abraço desses bem bons
Que se ninguém
vier logo em socorro
Não sei a que recursos
então recorro.
Mas de repente
contenho-me e reflito
Pois é somente
um corpo muito bonito
Que a natureza
criou em momento inspirado
Distribuindo
beleza e saúde por todo lado
Num pedaço de
ser humano por Deus bendito.
João Bitu
040 ALEX UM MAU CONSELHEIRIO
ALEX
– UM MAU CONSELHEIRO
São gozadas
essas gatinhas
Que de biquíni
e topless
Aconselham-se
com o Alex
Ali mesmo na
Chapadinha...
Quando não são
mais mocinhas
E fazem vir
mais gente ao mundo
Num abatimento
profundo
Chorando e mal
sucedidas
Vêm tristes e
arrependidas
Pedir socorro
ao Raimundo!...
NOTA DO AUTOR
ALEX é um motorista da Fazenda
Raimundo o
nosso estimado Delegado Regional
João Bitu
041 INVERSÃO DO POEMA - O MAL É DA IDADE
)
INVERSÃO DO POEMA “ É O MAL DA IDADE”
Criação de Vicente
Almeida
Aos princípios
habituais desde a infância
Mudando limpas
idéias em coisas alheias
E fervilhar o
sangue pelas veias
Que faz agitar
todas as ânsias
Com um sorriso
ingênuo de criança
Apesar de tudo
é meiga e singela
Para os que
lançam um olhar sobre ela...
Seu corpo é
uma crua malvadeza
Privilegiada
pela sábia natureza
Conheci uma
jovem muito bela.
Num pedaço de
ser humano por Deus bendito
Distribuindo
beleza e saúde por todo lado
Que a natureza
criou em momento inspirado
Pois é somente
um corpo muito bonito
Mas de repente
contenho-me e reflito
Não sei a que
recursos então recorro
Que se ninguém
vier prestes em socorro
Dar-lhe-ei um
abraço desses bens bons
Como diz a
canção em versos e sons
Ai se lhe pego
penso que morro.
Original de
João Bitu
Inversão de
Vicente Almeida
043 O FAMOSO ZÉ TROVÃO.
O
FAMOSO ZÉ TROVÃO
Disse-o bem
certo cantador
Duma
desquitada em apuros
Pois eu a vi –
sim senhor
Prensada a um
canto de muro
Tão atracada
ela estava
Que nem um
gato enxergava
Que eram dois corpos no escuro
Falou-nos dum
tal Zé Trovão
Que conquistou
pra si
Tipo esbelto e
bonitão
Mas confesso
que não vi
Parece mais
com o Lula
Quando a
barbicha tremula
Pela brisa do
Aracati
Contudo o
paquera é dela
Se ela gosta dele então lute
Mas namoro à luz de
vela
Nem sempre bem
repercute
É melhor agir
na moita
Enquanto a
brisa açoita
Porque gosto
não se discute.
João Bitu
046 SEQUELAS DA VIDA E A FÉ
SEQUELAS
DA VIDA E A FÉ
Pouco a pouco
vão os anos passando
E com eles
vamos nós envelhecendo,
Nossos negros
cabelos embranquecendo
A visão antes
límpida se embaçando,
Vão os
músculos em geral se cansando
Devagar
relaxando em seus lugares.
Com a vinda
das dores musculares
Que no corpo surgem dolosamente
Aos passos
dados habitualmente
Só em andando
dentro de nossos lares.
Só em andando
dentro de nossos lares
Sem exercer
uma obrigação qualquer
Sem
desenvolver um quefazer sequer
Tristes, sós, amargos e sedentários
Mercê de dores
e pruridos vários.
Já quedados à
insana terceira idade
Antes fortes
em nossas atividades
Hoje sofrendo intenso cansaço
Fadados ao
desânimo e ao fracasso
Vamos cedendo
aos poucos à fragilidade
Vamos cedendo
aos poucos, mas radiantes
Ainda cheios
de amor e espírito de luta
Lembrando com
convicção absoluta
De haver
vivido a fase dos amantes,
De
contentamento e prazer constantes.
E galgamos os
altos meios sociais
Ao tempo que
fomos bons profissionais
Logrando
méritos os mais louváveis
Com segurança
e firmeza estáveis
Tivemos
funções decentes por demais
Tivemos
funções decentes e glórias
Hoje vemos que
nos mínguam os ânimos
Não mais somos fortes e magnânimos
Tal qual
quando somávamos vitórias.
Hoje nos
restam só lidas inglórias
E a convicção
de que temos de esquecer
Um passado que nos deixou perecer
E que ora nos
furta de forma adversa
Através duma
fúria cruel e perversa
A força, o
brio e a coragem de viver.
A força, o
brio e a coragem de viver
Em mim se
reproduzem, entretanto,
Num relance e
como que por encanto
Ao pensar que
nunca é tarde pra vencer
Nem tampouco
se deve esmorecer
Quando o
Senhor é o Pai onipotente
Onipresente e onisciente,
Nossa
existência, o caminho e a vida.
Só uma coisa
precisa ser entendida
Que não
nascemos nós para semente.
João Bitu
048 VATICÍNIO
]
VATICÍNIO
VATICÍNIO
Baixinha,
linda e ativa
Cabelos lisos
e leves
Sorrisos
francos e breves
Trejeitos de
patativa
Tem a mente
muito viva
Porém eu velho
e até casto
Prevejo algo nefasto
Que esta jovem
cheia de graça
Poderá em
breve ser caça
Nos pastos do
Mata Pasto!
João Bitu
049 ALGUÉM VIU
ALGUÉM
VIU
Falaram-me
duma tal Helena
Que não é
aquela de Tróia
Alegre,
risonha, uma jóia
Com um riso
sempre em cena...
Não a conheço,
é uma pena
Mas dela sei
quase tudo
Como não sou
baú, nem sou mudo
Se não
comentar entro em pane
Disse a bela Viviane
Que tem algo
gordo e peludo
João Bitu
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