SEQUELAS
DA VIDA E A FÉ
Pouco a pouco
vão os anos passando
E com eles
vamos nós envelhecendo,
Nossos negros
cabelos embranquecendo
A visão antes
límpida se embaçando,
Vão os
músculos em geral se cansando
Devagar
relaxando em seus lugares.
Com a vinda
das dores musculares
Que no corpo surgem dolosamente
Aos passos
dados habitualmente
Só em andando
dentro de nossos lares.
Só em andando
dentro de nossos lares
Sem exercer
uma obrigação qualquer
Sem
desenvolver um quefazer sequer
Tristes, sós, amargos e sedentários
Mercê de dores
e pruridos vários.
Já quedados à
insana terceira idade
Antes fortes
em nossas atividades
Hoje sofrendo intenso cansaço
Fadados ao
desânimo e ao fracasso
Vamos cedendo
aos poucos à fragilidade
Vamos cedendo
aos poucos, mas radiantes
Ainda cheios
de amor e espírito de luta
Lembrando com
convicção absoluta
De haver
vivido a fase dos amantes,
De
contentamento e prazer constantes.
E galgamos os
altos meios sociais
Ao tempo que
fomos bons profissionais
Logrando
méritos os mais louváveis
Com segurança
e firmeza estáveis
Tivemos
funções decentes por demais
Tivemos
funções decentes e glórias
Hoje vemos que
nos mínguam os ânimos
Não mais somos fortes e magnânimos
Tal qual
quando somávamos vitórias.
Hoje nos
restam só lidas inglórias
E a convicção
de que temos de esquecer
Um passado que nos deixou perecer
E que ora nos
furta de forma adversa
Através duma
fúria cruel e perversa
A força, o
brio e a coragem de viver.
A força, o
brio e a coragem de viver
Em mim se
reproduzem, entretanto,
Num relance e
como que por encanto
Ao pensar que
nunca é tarde pra vencer
Nem tampouco
se deve esmorecer
Quando o
Senhor é o Pai onipotente
Onipresente e onisciente,
Nossa
existência, o caminho e a vida.
Só uma coisa
precisa ser entendida
Que não
nascemos nós para semente.
João Bitu
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