segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

097 O FRONDOSO PAU MOCÓ



O FRONDOSO PAU MOCÓ


Seis décadas já se passaram

Mas o Sertão não passou

A minha alma lá ficou.

Muitas lágrimas rolaram

Muitas lembranças restaram.

Tenho profundas saudades

Das particularidades

Do lindo Céu e da roça

Onde havia uma palhoça

Feita de felicidades

 

Hábitos regionais

Manias nobres, caseiras

Atitudes costumeiras

Caprichos sentimentais

Olhos fitos nos rivais.

Alvo de minhas fãs

Cheias de balangandãs

Comuns em todo Nordeste

Pendentes de sob a veste

Naquelas lindas manhãs

 

Os festejos de São João

Tradicionais fogueiras

As joanetes faceiras

Franqueando o coração

Em busca de seu peão.

Noites de doce magia

Risos e muita alegria

Das cerimônias juninas

Rapazes e muitas meninas

Em meio às cantorias.

 

Trabalhadores dispostos

Homens da foice e machado

A preparar seu roçado

Sempre bem predispostos

Todos firmes em seus postos

Com a esperança de pé

Muita confiança até

Nas chuvas e no inverno

Aquele fogo eterno

De confiança e de fé

 

Lindo e saudoso arvoredo

Plantas de rara beleza

Lembro com muita tristeza

Não vou esquecer tão cedo

Até mesmo sinto medo

Por vezes até me assusto

Não quero tornar-me injusto

Olvidar tanta beleza

Que oferece a natureza.

-Lembrarei a todo custo!

 

CARNAÚBAS minha vida

Meu paraíso, meu ouro

Minha pátria, meu tesouro

Minha morada querida

Entre outras destruídas.

Minha alma ali perpetrada

Cheia de amor fertilizada

Sob a sombra agradável

Aromática e saudável

Do frondoso PAU MOCÓ

 

João Bitu

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