terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

081 O TORAO ONDE EU NASCI


O TORRÃO ONDE NASCÍ


 


 

Permanece na memória

Dos que são de tempos idos

Fatos que fazem história

Aos que são pouco esquecidos

A lembrança bem ativa

De nossa flora nativa

Onde fomos nós nascidos

 

Carnaúbas – sítio amado

O lugar onde crescemos,

O Riacho do Machado

Cujas águas nós bebemos.

Que aguava o arrozal

Nos baixios, o principal

Dos cereais que comemos

 

Que saudades! Sim, saudades!

Das chapadas de algodão

E de outras variedades

No plantio em meu torrão,

Muita coisa se colhia,

Amendoim,  melancia

Jerimum, milho e feijão.

 

O gostoso fruto da ateira

Preferido do azulão

Fruta de conde - como queira

Dava junto ao casarão

A moradia bendita

Mais saudável e mais bonita

Que existiu  no sertão

 

Em frente à  tal  mansão

Tinha uma árvore frondosa

Para gente e a criação

Dava uma sombra gostosa.

Não esqueço um instante só

Era o velho Pé de Mocó

De memória mais que saudosa

 

Bem ao fundo à direita

Um enorme Juazeiro

Com uma copa perfeita

E convexa por inteiro

Tremulando com a aragem

Uma natural imagem

Deste solo brasileiro

 

 

Próximo já da cancela

Que fechava a capoeira

Havia outra planta bela

Mais bonita que as primeiras

Junto à manga dos Bitu’s,

Lindo pé de Coaçu

Que de tanto olhar dá canseira

 

Das Pedrinhas – quem  recorda?

Minha Mãe lavava panos

Estendia em limpas cordas

E cipós se não me engano

Caí numa cacimbinha

Tendo à mão uma foicinha

Quase entro pelo cano

 

Eu não sabia nadar

Foi Mamãe quem me salvou

Mais uma coisa a lembrar

De quem tanto me amou

Viu-me cair e por sorte

Evitou a minha morte

São e salvo me apanhou.

 

Carnaúbas leito amado

Nunca mais me viste tu

Do pau Mocó estimado,

Juazeiro e o Coaçu

Eu jamais esquecerei

Mas em breve voltarei

 Às origens dos Bitu’s!

 

João Bitu

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.