domingo, 9 de março de 2014

188 SEQUELAS DA VIDA E A FÉ



SEQUELAS DA VIDA E A FÉ


Pouco a pouco vão os anos passando

E com eles vamos nós envelhecendo,

Nossos negros cabelos embranquecendo                                                                        

A visão antes límpida se embaçando,

Vão os músculos em geral se cansando

Devagar relaxando em seus lugares.                              

Com a vinda das dores musculares

Que  no corpo surgem dolosamente

Aos passos dados habitualmente

Só em andando dentro de nossos lares.

 

Só em andando dentro de nossos lares

Sem exercer uma obrigação qualquer                                   

Sem desenvolver um quefazer sequer

 Tristes, sós, amargos e sedentários                                  

Mercê de dores e pruridos vários.                                             

Já quedados à insana terceira idade

Antes fortes em nossas atividades

Hoje sofrendo  intenso cansaço

Fadados ao desânimo e ao fracasso

Vamos cedendo aos poucos à fragilidade

 

Vamos cedendo aos poucos, mas radiantes

Ainda cheios de amor e espírito de luta

Lembrando com convicção absoluta

De haver vivido a fase dos amantes,                                     

De contentamento e prazer constantes.

E galgamos os altos meios sociais

Ao tempo que fomos bons profissionais

Logrando méritos os mais louváveis

Com segurança e firmeza estáveis 

Tivemos funções decentes por demais

 

Tivemos funções decentes e glórias

Hoje vemos que nos mínguam os ânimos

Não  mais somos fortes e magnânimos

Tal qual quando somávamos vitórias.

Hoje nos restam só lidas inglórias

E a convicção de que temos de esquecer                                                

Um passado  que nos deixou perecer

E que ora nos furta de forma adversa

Através duma fúria cruel e perversa

A força, o brio e a coragem de viver.

 

A força, o brio e a coragem de viver

Em mim se reproduzem, entretanto,

Num relance e como que por encanto

Ao pensar que nunca é tarde pra vencer

Nem tampouco se deve esmorecer

Quando o Senhor é o Pai onipotente

 Onipresente e onisciente,

Nossa existência, o caminho e a vida.

Só uma coisa precisa ser entendida

Que não nascemos nós para semente.

 

João Bitu

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