domingo, 9 de março de 2014

233 NÃO HÁ COMO DISCORDAR



NÃO HÁ COMO DISCORDAR


 


Costumava dizer meu amado Pai

Com a graça que lhe era peculiar:

Sempre que se vai a algum lugar,

A distância do ponto donde se sai

Até ao lugar para onde se vai....

-Guardei isto sempre de cor!

Parecia que era muito maior

Pelo menos nos dava a impressão

Isto quando na primeira excursão,

A volta era mais curta e bem melhor

 

Não possuía bicicleta – dizia,

Justificava de forma direta,

Ao tentar montar-se na bicicleta

A referida com ele não podia

E fatalmente ao chão lhe sacudia.

Nunca aprendeu na vida a andar

Nem sequer quis um dia tentar

Por mais que lhe fosse sugerido

Preferiu então se dar por vencido

Na difícil arte de pedalar

 

Detestava tomar banho de mar

Achava em casa sempre mais saudável

Muito mais fria a água e agradável

Com a vantagem de não se queimar

Nem sua pele inteira descascar

Exposta ao sol, ao sal, à marisia

E o que muito mais lhe ofendia

Ingerindo somente água quente

Tendo em casa abundantemente

Água portável e sempre fria

 

Segundo a mesma fonte eloqüente

São somenos de variado gosto

O que a muitos causa até desgosto

A outrem é, todavia, atraente

E por que não dizer, refulgente?

Que se faça  tudo na santa paz,

Do que queremos corramos atrás

Fazendo tudo como nos convém.

Terra de sapo de cócoras também.

Que se goste e faça tudo como apraz!

 

João Bitu

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