domingo, 9 de março de 2014

213 A VELHA MARIA BARBOSA



A VELHA MARIA BARBOSA



Longas décadas foram transcorridas
Na mais doce e perfeita  harmonia
Ocorreu-me com certa nostalgia
Recordar coisas que em nossas vidas
Não serão de modo algum esquecidas...
Relembrar uma ocorrência bombástica
É apenas uma lembrança drástica
Que desperta, agita e até comove
Mas não tem a essência que nos absorve.
-É história efêmera e fantástica!

Quero resgatar coisas que tocaram
Bem no fundo de nossos corações
Ocorrências que causaram emoções
E que nem os tempos as apagaram
Com requintes, intactas se conservaram!
Sempre tive amor por gente idosa
Como era a Velha Maria Barbosa
Conhecida como a benzedeira
E também como a curandeira
Sempre usando folha de babosa!

Reclamava o dia todo, todo dia
De constante e forte dor de “estambo”
Que a vida dela era um molambo
Era assim que a pobre velha dizia,
Choromingava e se maldizia!...
Mas benzia com amor e carinho
Acionando em cruz o seu raminho
Que de tanto e tanto ser balançado
De um lado para o outro lado
O raminho murchava inteirinho!

Quando murchava muito era a doença
Que já estava em estágio adiantado
Carecia então de muito cuidado
E também de fé e bastante crença
Colocada naquela forte “bença”!...
Assim é que se fazia a cura
Com esperança fervorosa e pura,
Mais um chá preparado com babosa
Uma “meizinha” muito milagrosa
Que curava de maneira segura

Costumava Papai ter no quintal
Um porquinho preso ao chiqueiro
Onde o tinha por tempo inteiro
Com cuidado muito especial,
Muito zelo e conservação formal!
Siá  Maria que nunca foi “ menino”
Prevenida e muito de mansinho
Até punha-se também a ajudar
Pois sabia que no fim ia herdar
A cabeça gostosa do suíno!

A nossa saudosa Maria Barbosa
Residia no meio de nossa gente
Era como se fosse ainda parente
Muito amiga e despretensiosa
Nas Carnaúbas tão maravilhosas!
Em passagens assim bem antigas
Com beleza, amor e sem intrigas
É onde minha alma se respalda.
Lembro ainda das filhas Nenem e Esmeralda
De Mamãe até bastante amigas

“Gostaria de dedicar a Zé Denizard, Isabel e Cleide”.

João Bitu

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