LEMBRANÇAS
MUITO REMOTAS
De minha terra amada
Guardo enorme lembrança
E nunca perco a esperança
De rever muitos por nada.
Era uma gente abençoada
De caráter bom e ordeiro.
Lá na Rua do Cruzeiro
Todos sabem, ninguém nega
Bem ao fundo da bodega
Morava ali um ferreiro.
Era Raimundo
Gibão]
Um Velho muito sisudo
Era o Pai de Zé
Bicudo
Ajudante de caminhão
Um distinto cidadão.
Lauro, Tiola e Vicente,
Fradaiá e mais muita gente,
Ainda lembro Quincô
E Dona Maria Diô
Que morava mais na frente
Quero somente lembrar
Naquele trecho pessoas
Muito justas, muito boas
Difícil de olvidar
De algo mais recordar
Para que aqui se veja
E que nosso Deus nos proteja,
Como da queda de BELINHO
Quase morre o pobrezinho
Do forro de nossa Igreja
Em condição subumana
Numa pobreza profunda
Tinha Joaquim, tinha Munda
Dois filhos de Bastiana
Juntos numa choupana.
Joaquim viveu com Pastora
Uma pobre sofredora
Só uma cama possuiam
E quando se desuniam
Lá ia Joaquim com “ISIDORA”
ISIDORA era o tal leito
Das noitadas fugazes
De quando faziam as pazes.
Joaquim então, com efeito-
Voltava todo sem jeito
E a cama
desconjuntada
Até não servir pra nada
Mas foi assim que se amaram
Apesar de que - nunca casaram
Tiveram a vida sonhada!
Quero aqui me desculpar
Por estes versos bisonhos
É que sempre tenho sonhos
E preciso extravasar,
Não tenho como os guardar!
Os tais sonhos são
mistério
Adoto pois este critério
Não tenho com quem falar
O melhor que faço é rimar
E não levar a coisa a sério.
João Bitu
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