domingo, 9 de março de 2014

249 LEMBRAÇAS MUITO REMOTAS


LEMBRANÇAS MUITO REMOTAS


De minha terra amada

Guardo enorme lembrança

E nunca perco a esperança

De rever muitos por nada.

Era uma gente abençoada

De caráter bom e ordeiro.

Lá na Rua do Cruzeiro

Todos sabem, ninguém nega

Bem ao fundo da bodega

Morava ali um ferreiro.

 

 Era Raimundo Gibão]

Um Velho muito sisudo

Era o Pai  de Zé Bicudo

Ajudante de caminhão

Um distinto cidadão.

Lauro, Tiola e Vicente,

Fradaiá e mais muita gente,

Ainda lembro Quincô

E Dona Maria Diô

Que morava mais na frente

 

Quero somente lembrar

Naquele trecho pessoas

Muito justas, muito boas

Difícil de olvidar

De algo mais recordar

Para que aqui se veja

E que nosso Deus nos proteja,

Como da queda de BELINHO

Quase morre o pobrezinho

Do forro de nossa Igreja

 

Em condição subumana

Numa pobreza profunda

Tinha Joaquim, tinha Munda

Dois filhos de Bastiana

Juntos numa choupana.

Joaquim viveu com Pastora

Uma pobre sofredora

Só uma cama possuiam

E quando se desuniam

Lá ia Joaquim com “ISIDORA”

 

ISIDORA era o tal leito

Das noitadas fugazes

De quando faziam as pazes.

Joaquim então, com efeito-

Voltava todo sem jeito

E a  cama desconjuntada

Até não servir pra nada

Mas foi assim que se amaram

Apesar de que - nunca casaram

Tiveram a vida sonhada!

 

Quero aqui me desculpar

Por estes versos bisonhos

É que sempre tenho sonhos

E preciso extravasar,

Não tenho como os guardar!

 Os tais sonhos são mistério

Adoto pois este critério

Não tenho com quem falar

O melhor que faço é rimar

E não levar a coisa a sério.

 

João Bitu

 

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