sábado, 8 de março de 2014

175 ESTROFES DOIDAS



ESTROFES DOIDAS – por João Bitu


         ( sátira )

 

Eu conheço uma cidade

Onde tudo é especial

De tudo que há neste mundo

Lá é melhor ou igual.

Aliás, se bem me lembro

Vinte e quatro de dezembro

Lá é véspera de Natal!

 

Quando acaba a Primavera

Logo começa o Outono

Janeiro é sempre Ano Novo

E Setembro é o mês nono

Existem muitos terrenos

Tanto grandes como pequenos

E todos pertencem aos  donos

 

Quando uma causa é mais séria

E carece ser bem pensada

Uma pessoa ou até duas

Buscam não dar mancada

 Pois é bom que não se vexem

Em panela que muitos mexem

Ou sai insossa ou salgada

 

A VIDA  é surpreendente

Pelo menos como  parece

Tal  a Lua,  é também o Sol

De seu turno se envaidece!

Exaltando mais o  seu nome

Quando um surge  o outro some

E quando o  um some, outro aparece.

 

Na cidade os moradores

São todos contemporâneos

Nascidos no mesmo ambiente

Dizem-se também conterrâneos

Desentendimentos passageiros

Entre dois ou mais companheiros

São chamados momentâneos

 

Mas nunca há brigas feias

Quando entre dois um não quer

O bem estar lá predomina

Entre marido e mulher.

Desde que ambos se estimem

E de verdade se amem

Não existe teima sequer

 

Cada pessoa ama seu próximo

Quando está em seu juízo

A Polícia jamais é chamada

Somente quando é preciso

Enterros?  Só se morrer alguém

Quando aos Céus lhe convém

E para levar ao Paraíso.

 

 

 

 

Os jardins de nossa casa

São verdes,  bem apanhados

Cada espécime é o mais lindo

Verdejantes e bem cuidados

Não exigem maior atenção

Só precisam  que uma boa mão

Os tenham sempre aguados

 

Eu sempre vou à terrinha

Sem gozação nem fanfarra

Quando nós chegamos lá

Todos fazem uma farra

Mesmo sem está  disposto

A mulher só faz o seu gosto

E me carrega na marra.

 

 

João Bitu

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