APÊLO
Jovens só
falam em canseira.
Hoje, em plena
mocidade.
Ânimo
tenho à vontade
Em minha idade
terceira.
Por mais,
porém, que eu queira
É impossível a
permuta
Com certeza
absoluta.
Sou
sedentário, ao invés,
Mas da cabeça
até os pés.
Disponho-me
ainda à luta
Queria voltar
ao embalo
E
trabalhar mais um pouco
Mas além de
surdo, rouco
É com muito
esforço que falo
-E é por isto
que me calo.
Minha voz é
esofágica
Falo quase só
por mímica
Sei fazer só o
necessário
E meu
saber é precário
Não tenho como
mudá-lo
O cansaço de
fato urge
Na vida de
qualquer um
É, portanto,
bem comum
E fatalmente
ele surge
E com sordidez
se insurge
E abate sem
piedade.
Apelo à
sensibilidade
Dos meus
amados leitores
Pelo bem
de seus amores
Ouçam-me com
seriedade
Peço a todos
que me lêem
Por amor e por
prazer
Ou até só por
dever
Da maneira
como vêem,
Utilizem o
tempo que têm.
Inventem
aí um esquema
Mas por
bondade extrema
Peço aos
filhos, por favor,
Se muito
trabalho não for
Cataloguem
meus poemas!
João Bitu
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