domingo, 9 de março de 2014

231 APÈLO



APÊLO


 


 

Jovens só falam em canseira.

Hoje, em plena mocidade.

Ânimo  tenho à vontade

Em minha idade terceira.

Por mais, porém, que eu queira

É impossível a permuta

Com certeza absoluta.

Sou sedentário, ao invés,

Mas da cabeça até os pés.

Disponho-me ainda à luta

 

Queria voltar ao embalo

E  trabalhar mais um pouco

Mas além de surdo, rouco

É com muito esforço que falo

-E é por isto que me calo.

Minha voz é esofágica

Falo quase só por mímica

Sei fazer só o necessário

E  meu saber é precário

Não tenho como mudá-lo

 

O cansaço de fato urge

Na vida de qualquer um

É, portanto, bem comum

E fatalmente ele surge

E com sordidez se insurge

E abate sem piedade.

Apelo à sensibilidade

Dos meus amados leitores

 Pelo bem de seus amores

Ouçam-me com seriedade

 

Peço a todos que me lêem

Por amor e por prazer

Ou até só por dever

Da maneira como vêem,

Utilizem o tempo que têm.

Inventem  aí um esquema

Mas por bondade extrema

Peço aos filhos, por favor,

Se muito trabalho não for

Cataloguem meus poemas!

 

João Bitu

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