quinta-feira, 31 de março de 2016

191 DOCES LEMBRANÇAS DE MINHA TERRA



DOCES LEMBRANÇAS DE MINHA TERRA

“GUARDO como se fosse agora
Com bastante clareza ainda lembro
Era uma noite cálida de setembro
Assim pelas vinte e uma horas
Em quarenta e oito e,  muito embora
Eu já fosse quase um homem feito
Ao ouvir Maria Bethânia, com efeito,
Na voz plangente de Nelson Gonçalves
 ((Eu estava na Rua Major Joaquim Alves)
Pus-me a chorar não houve outro jeito” .

A família me mandara para a cidade, Várzea-Alegre é claro, a terra que amamos de todo coração e donde temos as melhores recordações, visto que hoje habitamos noutro lugar, embora apenas físicamente,  porquanto, em nossos pensamentos continuamos  residindo lá   o tempo todo. Os meus pais tinham o propósito de me oferecer boas escolas e esta era  a única forma de iniciar sem maiores dispêndios financeiros,  ao alcance de suas disponibilidade econômicas.
O passo inicial foi dado na escolinha de Dona Francisquiha de Romão, “Dona Caixinha”. que se casou com Antonio Alves Costa “Antonio Diô”,  A escolinha funcionava  em sua residência no turno da tarde.  No ano seguinte fui para a escola de Walquírio Correia, muito em evidência naquela época, cursando o terceiro ano primário. Ótima escola, o professor bastante eficiente e altamente brincalhão, sem  perder a autoridade  necessária à função. Tive ainda uma ligeira passagem pelo Grupo Escolar, hoje o Colégio Estadual José Correia, na antiga Rua Getúlio Vargas.
Walquírio Correia foi quem nos levou e matriculou para prestar exames de Admissão ao Ginásio no Co-
Légio Diocesano de Crato em fins de 1951. Obtive aprovação e no ano seguinte iniciaria o Curso Ginasial.
Várzea Alegre, todavia, foi e será o meu berço amado, nada me fará esquecer toda sua beleza natural e esplendorosa vivência em torno do que se criou com o dia a dia.
A ‘AMPLIFICADORA A VOZ DE VÁRZEA ALEGRE” era o que havia de mais bonito, útil e saudável na cidade
em termos de entretenimento  e alegria.,  A juventude ansiava pela hora em que se iniciavam os seus trabalhos noturnos com a inesquecível  valsa “BRANCA’,  que indicava a abertura de sua programação musical, anúncios de ocorrências natalícias e outros tantos acontecimentos sociais. As duas pracinhas existentes, a saber  - praça velha e  praça nova -recebiam em massa a mocidade  que  rodeava   em doce desfile  de beleza e  ansiedade em seus corações, ao ouvir as músicas tocadas na amplificadora sob  a direção  eficiente e alegre de Walquírio, sempre alegre e criador como costumava ser.
Eram músicas de alto gabarito e bom gosto, adquiridas a dedo por HAMILTON CORREIA em Fortaleza,
aquelas  que se destacavam nas paradas de sucesso, obras de compositores de valor e interpretadas igualmente por cantores em destaque.
Entre  tantas melodias inesquecíveis lembremos de “TARDE FRIA’ que ainda me dá um frio no coração, só em pensar, “A PÉROLA E O RUBI” que de fato era uma pérola, “MARIA BETHÂNIA”,  “PECADO  ORIGINAL, ”ROSA”, “SONHEI QUE TU ESTAVAS TÃO LINDA”.  Bom, é Impossível esquecer.
Vamos ficar por aqui para não dar vez às lágrimas que já me tocam o coração velho sofrido de tantas recordações.
A melodia abaixo me levou a caminhar aproximadamente 18 quilômetros de Várzea Alegre até as Carnaúbas para abraçar meus queridos velhos e amenizar um pouco as saudades.    
 Vejamos pelo menos a Letra da canção gravada por...

Nelson Gonçalves

Maria Bethânia tu és para mim a senhora do engenho
em sonhos te vejo
Maria Bethânia és tudo que eu tenho
quanta tristeza
sinto no peito
só em pensar
que o meu sonho está desfeito
Maria Bethânia te lembras ainda daquele São João
as minhas palavras caíram bem dentro do teu coração
tu me olhavas
com emoção
e sem querer
pus minha mão em tua mão
Maria Bethânia tu sentes saudade de tudo, bem sei
porém também sinto saudade do beijo que nunca te dei
beijo que vive
com esplendor
nos lábios meus
para aumentar a minha dor
Maria Bethânia eu nunca pensei acabar tudo assim
Maria Bethânia por Deus eu te peço tem pena de mim
hoje confesso
com dissabor
que não sabia
Nem conhecia o amor.

João Bitu






terça-feira, 1 de março de 2016

190 AS QUERMESSES





190             AS QUERMESSES

           Havia nas proximidades do Distrito de Canindezinho, município de Várzea-Alegre, entre as CARNAÚBAS e o AÇUDE das CARAÍBAS, seguindo a estrada velha, um pequeno povoado que teve a sua criação por iniciativa e direção do Senhor Miguel Marica, avô do poeta, cantor e compositor JOSÉ CLEMENTINO, cidadão muitíssimo conceituado  na região.
Na década de quarenta, foi erguida uma Capelinha muito bonita de onde as missas e as demais cerimônias religiosas passaram a ser celebradas em suas dependências, quando, anteriormente, ocorriam na residência daquele patriarca.
 Com a edificação da Igreja, Padre Otávio, batizou o local com o nome de ”MIGUELÓPOLES”, em homenagem ao seu fundador,  que significa cidade de MIGUEL.
                    Por ocasião dos festejos acorriam, muitas pessoas atraídas não somente pelas atividades religiosas, que eram dignas de muito respeito e apego, mas também, e, principalmente pela existência de comestíveis diversos e a apresentação de brinquedos infantis como reco-reco, colares de coco catolé, bolinhas plásticas de variadas cores e inúmeras outras maravilhas que encantavam os olhos da criançada.
                    O vigário de Várzea Alegre era o Padre José Otávio de Andrade, nascido em Bebedouro, na região dos Inhamuns, muito estimado, sem exceção por toda gente da comarca.
Tinha como assistente principal, João Batista (ou João de Seu Amadeu), um cidadão queridíssimo notadamente pelo seu alto senso de humor, por todos que o conheciam. Costumava fa-
zer presepadas, das mais interessantes possíveis e contar anedotas ao seu gênero.
                Nos festejos, eram criados dois partidos com o objetivo de angariar fundos para custeio das despesas, esses eram: O partido AZUL e o partido ENCARNADO, que davam motivação a uma
acirrada disputa que esquentava os ânimos de seus participantes.                                                                                            
                               De toda circunvizinhança, vinham fiéis cheios de fé e confiança buscando ativar e renovar seus propósitos e sua luta contra o pecado, pela assistência às cerimônias re-
ligiosas, pela confissão e pela comunhão por intermédio do  sacerdote aos pés de Santo Altar.
A Capela, toda enfeitada com flores e as imagens alegremente rodeadas de inscrições com dizeres cristãos davam a tonalidade fiel das comemorações. Era uma atração à parte. Lá fora, a alegria contagiava com o pipocar dos fogos de artifícios, bombas, estalos e gritos estridentes das crianças, gerando um majestoso espetáculo.             .
                                    Até de localidades mais distantes, as pessoas de todas idades vinham aos festejos para assistir as missas, rezar, confessar seus delitos e comungar diante do sacerdote.
Eis que em certa ocasião, como nos foi relatado pelo próprio sacristão, duas senhoras, já de idades bastante avançadas, chegaram para receber aqueles sacramentos da Igreja. Contudo, a cerimônia já havia terminado há algum tempo, o que as levou a lamentar e chorar copiosamente. Compadecido diante daquele triste malogro, João Batista, um homem solícito e caridoso, entretanto, não muito comprometido com os rígidos critérios da Santa Igreja, achou por bem contemplar as duas velhinhas sofridas com a realização da santa comunhão e o fez pessoalmente. Por alcançarem as suas aspirações, as respeitáveis Senhoras vibravam de contentamento e felicidade.

                                          O que não se sabe, entretanto, é qual teria sido a reação de Padre Otávio, ao tomar conhecimento daquele procedimento gratuito de nosso bem estimado e, prestativo Sacristão  -  João de Amadeu.

João Bitu

                                                          


domingo, 28 de fevereiro de 2016

189 FELIZ EXPERIÊNCIA





 189                   FELIZ EXPERIÊNCIA


Em 1956, mais precisamente nos últimos dias do mês de dezembro, como minha estimada Tia Isa Bitu anotou em sua preciosa memória, Várzea Alegre assistia a minha partida viajando no misto de Lourival Clementino para a cidade de Crato, onde tomaríamos o ônibus de Zé Suvela 
com destino ao Rio de Janeiro, com o propósito de arranjar emprego naquele encanto de cidade maravilhosa.
É importante dizer que só levava comigo a vontade de enfrentar o desconhecido a todo custo, muita ousadia, pouco dinheiro no bolso e uma recomendação por carta a um amigo que mora- 
va lá desde muito tempo e nada mais. Aliás, o destinatário daquela missiva pouco ou nada conseguiu me oferecer em termos de ajuda qualquer que fosse.
 Chegamos a marcar um encontro na Galeria Cruzeiro, na avenida Rio Branco, ou proximidades,
mas, até hoje estaria esperando por ele a menos que desistisse, como fiz, mesmo porque a
dita galeria foi demolida logo em seguida.
A custo de muito sacrifício e grandes decepções, terminei por conseguir o tão almejado empre
go! pois, diga-se de passagem, há naquela região Leste! Sudeste, ou seja, Rio! São Paulo e adjacên- cias, uma certa discriminação e despeito para com o nortista em geral. Mas, ultrapassamos a primeira e maior dificuldade e fomos admiditdos no Banco de São Paulo, no estado do Rio de Janeiro, com o habitual salário minimo e, olhe lá,  já era alguma coisa desde que a barriga começava a roncar mostrando a necessidade de socorros alimentícios.
Em maio de 1957, isto veio a acontecer, depois de termos exercido alguns quebra galhos de emprego de natureza menos pretendida que ser bancário, iniciamos o novo trabalho. Fomos muito bem sucedidos. Felizmente, o trabalho era bem ao gosto e alcance do iniciante e logo conquistamos a simpatia dos colegas e o êxito sonhado.
 Onde está a vontade do Pai, tudo se desenvolve às mil maravilhas e finalmente tudo aconteceu de bom em nossa vida.
Por dez longos anos, fui funcionário do mesmo estabelecimento e cheguei a ocupar cargos  bem elevado, graças aos meus esforços e a minha dedicação. Deus  me conduziu em seus braços por  onde andei e por toda existência. Lá estive durante uma década inteirinha sem o menor problema.
Voltei a minha terra Natal por opção, impulsionado pelo amor e pela saudade que já não su- portava mais, encravadas bem no âmago de meu coração sofrido, da gente doce e amável de
minha querida cidade Várzea Alegre e do Sítio Carnáubas, o lugar   onde está  enterrado meu umbigo,  que segundo se costuma  dizer entre nós,  tem um ímã muito forte e inestingúivel.
Assim, pois, se passaram pouco mais de dez anos, hoje estou aqui com o coração transbordan-
do de contentamento ao lado de meus familiares e dos costumes de nossa amada terra.
Adeus cidade maravilhosa!

João Bitu



188 FURTIVAS SERENETAS




     188               FURTIVAS SERENATAS 
                                            
Em minha mocidade, arrisquei bastante a vida. Em Várzea Alegre, por considerar tudo muito tranqüilo, sem maiores riscos de imprevistos como assaltos, armadilhas e fatalidades outras, como ocorre atualmente em todas as partes em que habitamos e ainda, impulsionado pela fragilidade evidente na cabeça em se tratando de  juízo,  costumava eu  fazer noitadas as mais  loucas ao lado de companheiros igualmente pouco receosos.
Com o passar dos tempos, fui amadurecendo, utilizando melhor a cabeça, em seu devido lugar, e adotando procedimentos mais dignos à vida numa cidade tão maravilhosa como Várzea Alegre, berço de gente bem, homens de valor e de alta expressão social, política e empresarial.
Busquei atentar mais para os estudos. Em 1951 fiz o curso de admissão ao Ginásio no Colégio Diocesano de Crato, uma prova relativamente difícil levando em conta o fato de haver estudado em mais de uma escola onde a maneira de aprender a ler e escrever as lições, diferia uma da outra,  na  medida em que mudavam os professores e de certo modo a forma  de ensinar, contudo, logrei pleno êxito e no ano seguinte iniciei o ciclo ginasial, confesso que até aí correu tudo bem, sempre obtive notas muito boas e não sofri quaisquer dificuldades de assimilação. O aproveitamento foi louvável a exemplo do curso primário nas escolas de menor porte.
Naquela época, entretanto, despertou em mim um ardente desejo de repassar aquelas músicas românticas que eram tocadas na Amplificadora “A VOZ DE VÁRZEA ALEGRE”, sob a apresentação de Walquirio Correia aos corações apaixonados, em forma de serestas a cargo de uma equipe de seresteiros por mim formada. Tínhamos clarinete, violão, pandeiro e um cantor boêmio escolhido na cidade. Contando com a conivência de um de meus irmãos, fugia do casarão quando todos já dormiam e realizávamos a serenata obedecendo um itinerário previamente estabelecido. Iniciávamos na Pracinha Nova (hoje Praça dos Motoristas), em seguida, parte da Getúlio Vargas, tomávamos de volta a Rua Major Joaquim Alves, Praça Santo Antonio, em fim para concluir,  ficávamos em frente a Igreja de São Raimundo, exatamente no Cruzeiro onde fazíamos uma pausa para que eu me recolhesse ao leito com o espaço de tempo necessário a que  me acomodasse seguramente, sempre com a ajuda do citado irmão que me aguardava de olhos bem abertos e atento a qualquer imprevisto. Só então tudo recomeçava tranquilamente com os demais participantes da aventura. A estas alturas, vez outra, uma terceira  pessoa de casa ao despertar com os lindos sons, indagava inocentemente ao meu ouvido: “João está ouvindo?”
Assim era, tudo aconteceu sempre na mais perfeita harmonia, até hoje não entendo  como tudo sucedeu sem o menor incidente. O segredo das arriscadas aventuras foi sempre mantido e guardado convenientemente.
Agradeço a DEUS e peço perdão por tais aventuras, que hoje chamo inomináveis loucuras,   cometidas impensadamente.
Aqueles companheiros de noitadas hoje estão em outro plano de vida, também eles foram contemplados com a sorte de não terem sido desmascarados.
Tudo passa!

João Bitu








sábado, 27 de fevereiro de 2016

187 A HABILITAÇÃO




A HABILITAÇÃO

A JADINHA foi com a Vera
( Que está sempre em sua cola)
Para uma Auto -Escola
Oh meu DEUS que nos dera!
 Alcance êxito sem espera.
O que dela depender
Com certeza vai obter
Dirigir não é mistério
Basta levar tudo a sério,
Pois que o difícil é aprender

Em seguida praticar
Andar com muito cuidado
Sem espiar para o lado
E só para adiante olhar
De modo algum descuidar.
Dirigir com segurança
E com muita confiança
Nada de andar correndo
Sempre o futuro prevendo
QUEM ANDA COM DEUS ALCAN ÇA!

Linda Universitária
Passou pra três Faculdades
Sem maiores dificuldades
Nas tentativas primárias
Vitória extraordinária!
No porvir muito promete
Como disse a Luzineth
Com bastante amor e cariho
Ganhou de pronto um carrinho
Que se chama “Bernadeth”.

Hão Bitu







sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

186 PERSONAS GRATAS






PERSONAS GRATAS!


Vários meses de Janeiro já se passaram desde que aqueles heróis do volante, procedentes, via de regra, da longínqua cidade de Campína Grande na Paraíba, alguns dos quais com o aval e a valiosa recomendação do Senhor Auto Pimentel, genro do honroso comerciante português Antônio Ferreira (Seu Ferreira), chegaram em Várzea-Alegre com a missão de assumir cargos da mais rara e alta responsabilidade de motorista de caminhão. Ora, na década de quarenta não havia quase caminhões na cidade, cujos proprietários fossem dali e muito menos ou nenhum motorista habilitado e já o transporte de lã de algodão exigia com urgência os tais veículos, proprietários e profissionais.
Neste tempo, carece enaltecer a existência de um caminhão da marca “INTERNACIONAL”, cor vermelha de propriedade de ZÉ Felipe, homem nacionalmente conhecido pelas sus piadas famosas. Seu motorista era João Pereira, famoso precursor dessa casta famosa. Zé Felipe colocou uma buzina no caminhão que era de chamar a atenção por onde passava.
Em certa ocasião, foi ele multado em Cajazeiras-PB, por ter feito uso da referida buzina nas proximidades de um Hospital. Ao pagar a infração, disse ao cidadão: pode ficar com o troco, porquanto, na volta vou proceder da mesma forma, tenho certeza.
Havia quatro usinas de beneficiamento de algodão em pleno funcionamento a saber:  USINA SANTO ANTONIO  de Antonio Correia na Praça Santo Antonio; USINA PRIMO de Vicente Primo de Morais  junto à Betânia na  entrada da cidade; USINA DINIZ de Josué Alves Diniz, que ao lado da bodega de ZE BITU marcava o início da Rua Major Joaquim Alves e por fim a USINA PIMPIM  de propriedade de Dirceu de Carvalho Pimpim situada à Rua dos Perus.
Nosso propósito, neste momento, é lembrar alguns nomes famosos de motoristas profissionais renomadas, sem outro objetivo que mais se firmaram em  Várzea-Alegre  na prestação de serviços de transportes a exemplo de ZÉ ANTONIO, na Usina Primo por longo tempo e que terminou se casando com uma jovem da família de Zezinho de Matias da Vazante. Era um cidadão de bem, muito conceituado e respeitado por todos. Todavia, trouxe lá de sua terra um irmão que não se deu muito bem, chamava-se Cícero Antonio que dirigia o caminhão que virou nas proximidades da cidade de Russas causando a morte de seus dois proprietários Antonio Bezerra e Manoel Morais.
Joaquim Ferreira trabalhou na Usina Diniz, também por vários anos no transporte de algodão para Campina Grande, ao lado de outros profissionais. Casou-se com Terezinha Cassundé com quem teve três filhos homens e um mulher
Severino Dedão, chamava a atenção pelo seu vozeirão forte, com sotaque acentuadamente paraibano e por não limitar qualquer conveniência naquilo que dizia. O seu carro era um GMC que comia fogo em suas mãos, porquanto, apesar das estradas ruins, corria como louco. Complementava os serviços dos já citados companheiros e não tinha hora marcada para sair e nem para chegar.
Chico de Seu Auto ou Chico de Seu Chagas Bezerra, também oriundo daquelas pragas paraibanas, um homem sério e sisudo quase não dizia uma só palavra no percurso Várzea- Alegre X Campina Grande, ao lado de Seu Chagas quando no transporte de algodão o “ouro branco”
 como era conhecido antes da lamentável fase do bicudo, praga  arrasadora que veio destruir aquela fonte de  riqueza agrícola em nossa região.
Seu Pedro foi um dos últimos provenientes da mesma região, serviu também na Usina Primo, adquirida que foi pelo Senhor Edson Castro e repassada para uma organização industrial pertencente ao Grupo Roldão Mangueira, representado pelo Senhor Abel que teve morte lamentável, vítima de pistoleiros ali mesmo contratados, por questões desconhecidas.
Um outro profissional do volante, igualmente estimado que conquistou popularidade na cidade, foi o não menos paraibano Zé Avelino que esposou a conterrânea ilustre e muito querida Domicília.
Como disse no início deste escrito, meu propósito foi lembrar aqueles simpáticos profissionais do volante, que prestaram a nossa querida cidade relevantes serviços naquela época distante. Alguns deles  deixaram família constituída e bem relacionada para nosso orgulho posso assegurar.


 Historias como esta me deixam feliz e bem que arrancam do fundo do coração enormes saudades que pretendo dividi-las com meus contemporâneos. Se algum erro cometi peço desculpas, o tempo transcorrido nos deixa por vezes em dúvida. Um abraço aos meus amigos e a certeza de que muitos ainda estão lembrados e sentem comigo as mesmas saudades. O passado ficou, mas a vida continua!
Um honroso até breve, se DEUS quiser!

João Bitu







terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

185 FINALMENTE LUIS

185    FINALMENTE  LUIS

Há uma máxima costumeira:
 “Água mole em pedra dura
Tanto bate até que fura”...
LUIS briga a vida inteira
Que não lhe escrevo uma besteira.
-Diz...Será que eu não mereço?
Não sei por que, desconheço!
O Senhor não me faz poema
Tem-me uma cisma estrema,
E nem num verso apareço



-Você merece em verdade
As melhores referências
Queria ter competência
Para com sinceridade
Mostrar suas qualidades,
Mas o estro anda precário!
Porém, você é solidário
Bondoso esposo, sem par,
Pai de família exemplar
E excelente funcionário”.



Concluiu a Faculdade
De acordo com os seus planos
Em menos de treze anos.
De excelente qualidade,
Isto é a pura verdade!
Foi um aluno normal
Boa conduta moral
Não precisou de suborno
Desde o ROSA GATTORNO
Até chegar à FEDERAL!



Este tempo ele não nega
Nem poderia negar
Mas queria trabalhar
Tinha uma ânsia cega
Fosse em venda ou entrega.
Entrou numa administradora
Firma bem promissora
Onde ainda permanece
E que todo mundo conhece
A famosa Transportadora!



Este emprego aclamado
Por sua sogra querida
Que, é lógico, quando em vida,
Fez um pedido sonhado;
Que o herdeiro aguardado
Não se chamasse “uma” INÈS
Mas fosse Estter com dois“ tês”.
Se por ventura menina.
Não pensava ter a sina
De partir dentre algum mês !.



Atendido o seu pedido
Quero assim que me prometa
Não me faça mais careta
Nem um gesto parecido!
Não que eu fique ofendido,
Mas um gesto carinhoso
Um abraço afetuoso
Uma palavra de afeto
Parecem bem mais correto
E eu me sinto mais ditoso!



O estro assim voltará
E os versos fruirão
Você será outro irmão
Decantado como está,
E agraciado verá.
É só tentar para ver
Mais amável parecer
Preste bem atenção
E poemas choverão
Tudo enfim mudará!

João Bitu