domingo, 28 de fevereiro de 2016

189 FELIZ EXPERIÊNCIA





 189                   FELIZ EXPERIÊNCIA


Em 1956, mais precisamente nos últimos dias do mês de dezembro, como minha estimada Tia Isa Bitu anotou em sua preciosa memória, Várzea Alegre assistia a minha partida viajando no misto de Lourival Clementino para a cidade de Crato, onde tomaríamos o ônibus de Zé Suvela 
com destino ao Rio de Janeiro, com o propósito de arranjar emprego naquele encanto de cidade maravilhosa.
É importante dizer que só levava comigo a vontade de enfrentar o desconhecido a todo custo, muita ousadia, pouco dinheiro no bolso e uma recomendação por carta a um amigo que mora- 
va lá desde muito tempo e nada mais. Aliás, o destinatário daquela missiva pouco ou nada conseguiu me oferecer em termos de ajuda qualquer que fosse.
 Chegamos a marcar um encontro na Galeria Cruzeiro, na avenida Rio Branco, ou proximidades,
mas, até hoje estaria esperando por ele a menos que desistisse, como fiz, mesmo porque a
dita galeria foi demolida logo em seguida.
A custo de muito sacrifício e grandes decepções, terminei por conseguir o tão almejado empre
go! pois, diga-se de passagem, há naquela região Leste! Sudeste, ou seja, Rio! São Paulo e adjacên- cias, uma certa discriminação e despeito para com o nortista em geral. Mas, ultrapassamos a primeira e maior dificuldade e fomos admiditdos no Banco de São Paulo, no estado do Rio de Janeiro, com o habitual salário minimo e, olhe lá,  já era alguma coisa desde que a barriga começava a roncar mostrando a necessidade de socorros alimentícios.
Em maio de 1957, isto veio a acontecer, depois de termos exercido alguns quebra galhos de emprego de natureza menos pretendida que ser bancário, iniciamos o novo trabalho. Fomos muito bem sucedidos. Felizmente, o trabalho era bem ao gosto e alcance do iniciante e logo conquistamos a simpatia dos colegas e o êxito sonhado.
 Onde está a vontade do Pai, tudo se desenvolve às mil maravilhas e finalmente tudo aconteceu de bom em nossa vida.
Por dez longos anos, fui funcionário do mesmo estabelecimento e cheguei a ocupar cargos  bem elevado, graças aos meus esforços e a minha dedicação. Deus  me conduziu em seus braços por  onde andei e por toda existência. Lá estive durante uma década inteirinha sem o menor problema.
Voltei a minha terra Natal por opção, impulsionado pelo amor e pela saudade que já não su- portava mais, encravadas bem no âmago de meu coração sofrido, da gente doce e amável de
minha querida cidade Várzea Alegre e do Sítio Carnáubas, o lugar   onde está  enterrado meu umbigo,  que segundo se costuma  dizer entre nós,  tem um ímã muito forte e inestingúivel.
Assim, pois, se passaram pouco mais de dez anos, hoje estou aqui com o coração transbordan-
do de contentamento ao lado de meus familiares e dos costumes de nossa amada terra.
Adeus cidade maravilhosa!

João Bitu



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