OS CAFÉS
Uma pessoa me fez lembrar a existência dum gênero de
comércio muito importante e saudável, sobre tudo inesquecível, em nossa Várzea-
Alegre estimada, quando de minha adolescência no início da década de cinquenta.
Eram os Cafés dirigidos por pessoas
especializadas, limpas, educadas e de apurado bom gosto, voltadas para uma
espécie de comestível que só elas mesmas o faziam com o mais absoluto zelo,
dedicação, amor e distinção.
Queremos
fazer menção a alguns que se destacaram sobremaneira e que marcaram época,
sobressaindo-se cada um de forma brilhante. Que pessôa contemporâ-
nea não se lembra do café de MARIINHA DE PEDRO PRETO, ali
ao lado da Mercearia de Zé Augusto no Comércio Velho! Ela fazia, entre muitas coisas, um doce de
leite cortado que era uma maravilha! Por esta razão tornou-se um dos mais
preferidos pontos da cidade reunindo fregueses de várias espécies para aquele
bate papo costumeiro de todas as manhãs e
a atualização dos comentários locais.
Isabel
de Zé Marcos juntava também uma grande freguesia bem ao lado do Comércio na
atual Rua Luz Afonso Diniz por ser bastante caprichosa e simpática. Tinha umas
filhas bonita, a exemplo dela também, preparadas zelosamente no atendimento ao
público e nos serviços gerais.
Domicília de Zé Avelino era uma morena
simpática e muito prestativa,
que atraía enorme quantidade de gente para provar os seus
quitutes. Era uma pessoa muito alegre e saudável. Bem ali havia uns tijolinhos
de leite saborosos que alguém chamava “ TREJOLI"” carinhosamente.
As filhas de Belizário Maria de Lurdes e
Socorro eram estabelecidas junto à loja de Zé Teixeira. Mais adiante tinha
Dirrim que ali esteve um bom tempo.
Ao lado da Padaria de Seu Durval tinha o
café de Adélia de “João de Adélia” ou João Maduro, que tinha como especialidade
uma linguiça de porco, que ela própria preparava e assava, uma verdadeira delícia e mais um bolo mole,
não desmerecendo o bolo fofo.
Por fim, havia Seu Afonso carpinteiro
com sua mulher que também merecem destaque, estadelecidos onde o nosso amigo INACINHO possuia uma loja de tecidos recentemente. ..Foram estabelecimentos muito
preciosos e que representaram um tipo de comércio útil na boa terra naquele
tempo e que aos poucos foi dando vez a outras naturezas de ramos comerciais.
Certo é que tudo passa em nossas vidas, apenas na lembrança permanecem,
ocasionando saudades àqueles que viveram na doce fase.
Tudo que daquela terra abençoada é por
nós lembrado, causa-nos enorme saudade,
É só para lembrar!
João Bitu
RECORDAÇÕES DE IPACARAÍ
Cascatinha e Inhana