quinta-feira, 17 de julho de 2014

DOCES LEMBRANÇAS DA ADOLESCÊNCIA




DOCES LEMBRANÇAS DA ADOLESCÊNCIA


A família me mandara para a cidade, Várzea-Alegre é claro, a terra que amamos de todo coração e donde temos as melhores recordações, visto que hoje habitamos noutro lugar, embora apenas físicamente, porquanto, em nossos pensamentos continuamos  residindo lá   o tempo todo. Os meus pais tinham o propósito de me oferecer boas escolas e esta era  a única forma de iniciar sem maiores dispêndios financeiros,  ao alcance de suas disponibilidades econômicas.

O passo inicial foi dado na escolinha de Dona Francisca de Romão, “Dona Caixinha”. que se casou com Antonio Alves Costa “Antonio Diô”,  A escolinha funcionava  em sua residência no turno da tarde.  No ano seguinte fui para a escola de Walquírio Correia, muito em evidência naquela época, cursando o terceiro ano primário. Ótima escola, o professor bastante eficiente e altamente brincalhão, sem  perder a autoridade  necessária à função. Tive ainda uma ligeira passagem pelo Grupo Escolar, hoje o Colégio Estadual José Correia, na antiga Rua Getúlio Vargas.
Walquírio Correia foi quem nos levou e matriculou para prestar exames de Admissão ao Ginásio no Co-
Légio Diocesano de Crato em fins de 1951. Obtive aprovação e no ano seguinte iniciava o Curso Ginasial.
Várzea Alegre, todavia, foi e será o meu berço amado, nada me fará esquecer toda sua beleza natural e esplendorosa vivência em torno do que se criou com o dia a dia.
A ‘AMPLIFICADORA A VOZ DE VÁRZEA ALEGRE” era o que havia de mais bonito, útil e saudável na cidade
em termos de entretenimento  e alegria.  A juventude ansiava pela hora em que se iniciavam os seus trabalhos noturnos com a inesquecível  valsa “BRANCA’,  que indicava a abertura de sua programação musical, anúncios de ocorrências natalícias e outros tantos acontecimentos sociais. As duas pracinhas existentes, a saber  - praça velha e  praça nova -recebiam em massa a mocidade  que  rodeava e passeava   em doce desfile  de beleza e  ansiedade em seus corações, ao ouvir as músicas tocadas na amplificadora sob  a direção  eficiente e alegre de Walquírio, sempre alegre e criador como costumava ser.
Eram músicas de alto gabarito e bom gosto, adquiridas a dedo por HAMILTON CORREIA em Fortaleza,
aquelas  que se sobressaiam nas paradas de sucesso, obras de compositores de valor e interpretadas igualmente por cantores em destaque.
Entre  tantas melodias inesquecíveis lembremos de “TARDE FRIA’ que ainda me dá um frio no coração, só em pensar, “A PÉROLA E O RUBI” que de fato era uma pérola, “MARIA BETHÂNIA”,  “PECADO  ORIGINAL, ”ROSA”, “SONHEI QUE TU ESTAVAS TÃO LINDA”.  Bom, é Impossível Esquecer.
Vamos ficar por aqui para não dar vez às lágrimas que já me tocam o coração velho sofrido de tantas recordações.
A melodia MARIA BETHÂNIA me levou a caminhar aproximadamente 18 quilômetros de Várzea Alegre até as Carnaúbas para abraçar meus queridos velhos e amenizar um pouco as saudades.    
Eram saudades que me dilaceravam o coração despertadas na voz de NELSON GONÇALVES. É  difícil lembrar  sem que os olhos fiquem molhados  de lágrimas  e o coração  abalado pelas lembranças.
João Bitu





quarta-feira, 16 de julho de 2014

FURTIVAS SERENATAS

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   FURTIVAS SERENATAS - por João Bitu

                                       

Em minha mocidade arrisquei bastante a vida. Em Várzea Alegre por considerar tudo muito tranqüilo, sem maiores riscos de imprevistos como assaltos, armadilhas  e    fatalidades outras como ocorre atualmente em todas as partes em que habitamos e ainda, impulsionado pela fragilidade evidente na cabeça em se tratando de  juízo,  costumava eu fazer noitadas as mais  loucas ao lado de companheiros igualmente pouco receosos.

Com o passar dos tempos fui amadurecendo, utilizando melhor a cabeça em seu devido lugar e adotando procedimentos mais propícios à vida numa cidade tão maravilhosa como Várzea Alegre, berço de gente bem, homens de valor e de alta expressão social, política e empresarial.

Busquei atentar mais para os estudos. Em 1951 fiz o curso de admissão ao Ginásio no Colégio Diocesano de Crato, uma prova relativamente difícil levando em conta o fato de haver estudado em mais de uma escola onde a maneira de aprender a ler e escrever as lições, diferia uma da outra,  na  medida em que mudavam os professores e de certo modo a forma  de ensinar, contudo, logrei pleno êxito e no ano seguinte iniciei o ciclo ginasial, confesso que até aí correu tudo bem, sempre obtive notas muito boas e não sofri quaisquer dificuldades de assimilação. O aproveitamento foi louvável a exemplo do curso primário nas escolas de menor porte, em Várzea Alegre e no Município.

Naquela época, entretanto, despertou em mim um ardente desejo de repassar aquelas músicas românticas que eram tocadas na Amplificadora “A VOZ DE VÃRZEA ALEGRE” sob a apresentação de Walquirio Correia,  aos corações apaixonados, em forma de serestas a cargo de uma equipe de seresteiros por mim formada. Tínhamos clarinete, violão, pandeiro e um cantor boêmio escolhido na cidade. Contando com a conivência de um de meus irmãos, fugia do casarão quando todos já dormiam e realizávamos a serenata obedecendo um itinerário previamente estabelecido. Iniciávamos na Pracinha Nova (hoje Praça dos Motoristas), em seguida parte da Getúlio  Vargas, tomávamos de volta a Rua Major Joaquim Alves, Praça Santo Antonio, em fim para concluir,  ficávamos em frente à Igreja de São Raimundo, exatamente no Cruzeiro onde fazíamos uma pausa para que eu me recolhesse ao leito com o espaço de tempo necessário a que  me acomodasse seguramente, sempre com a ajuda do citado irmão que me aguardava de olhos bem abertos e atento a qualquer imprevisto. Só então tudo recomeçava tranquilamente com os demais participantes da aventura. A estas alturas, vez outra, uma terceira pessoa de casa ao despertar com os lindos sons, indagava inocentemente ao meu ouvido: “João está ouvindo a Serenata?”
Assim era, tudo aconteceu sempre na mais perfeita harmonia, até hoje não entendo  como tudo sucedeu sem o menor incidente. O segredo das arriscadas aventuras foi sempre mantido e guardado convenientemente.

Agradeço a DEUS e peço perdão por tais aventuras que hoje as tenho por  loucuras,   cometidas impensadamente.

Aqueles companheiros de noitadas hoje estão em outro plano de vida, via de regra, também eles foram contemplados com a sorte de não terem sido desmascarados.

Tudo passa!

João Bitu



segunda-feira, 14 de julho de 2014

PAUSA PARA MEDITAÇÃO


PAUSA PARA MEDITAÇÃO


É deveras impressionante como a ação dos tempos impõe modificações nos hábitos e costumes das pessoas, contribuindo para transformar e, por  vezes, aprimorar o relacionamento entre jovens e adultos, notadamente, à proporção em que no dia a dia os fatos vão ocorrendo alheios às nossas pretensões. Tudo se modifica ao mesmo tempo em que nos transformamos também, à mercê de comportamentos indiferentes aos princípios de nossa origem de vida, tais como nos foram legados por nossos ancestrais. É como se tudo precisasse ser mudado e uma atualização se fizesse necessária em nossa existência. Só que, entendo serem estas atualizações procedidas de maneira um tanto precipitada.

Não atentamos para determinadas atitudes ousadas no tratamento que dispensamos aos nossos semelhantes de idades mais avançadas. As pessoas mais idosas perdem gradativamente o direito de serem respeitadas como tais. A juventude não tem sido preparada por seus superiores para conservar o respeito e a obediência a quem de direito. As coisas, em geral, não são mais como antigamente.

Será que tudo o que acontece é para melhorar a vida gente? A modernização que se opera em nosso cotidiano será mesmo um corretivo ou estímulo para aperfeiçoar os atuais usos e costumes?  Tudo mesmo?

Certo é que há uma enorme diferença entre a atualidade e o passado.  Estamos completamente diferentes de outrora, na maneira de vestir, na forma de como nos comunicar com o próximo, em como conquistar amizades e saber conservá-las e, como já fiz referência acima, dispensar o respeito e admiração aos nossos concidadãos que alcançaram a honrosa terceira idade com sacrifício, com luta e com amor.  Alias, dizia-me um amigo, “ficar velho até que é muito bom, difícil mesmo é ser velho”. Todos nós sonhamos e almejamos viver bastante, assistir o nascimento e crescimento de filhos, netos, bisnetos e mais aderentes na plenitude de nossa saúde e bem estar. Mas “caducar” não... só  se for no sentido de brincar, acariciar e bajular os descendentes.

Entre os doze e vinte anos de idade, no ápice da adolescência, experimentei uma fase de acentuada timidez, ao ponto de me tornar portador de enorme complexo de inferioridade. Tudo era belo ao meu redor, menos eu. Todos mereciam afeição, admiração, cobiça pessoal, menos eu. Custei a superar certos preconceitos, enfim consegui quase totalmente, graças a repetidos acontecimentos merecedores de uma melhor análise e reflexão. Os tempos se encarregaram, realmente, de nos transformar a qualquer custo.

Lentamente fui amadurecendo e enriquecendo meus propósitos de vida, alterando idéias e pretensões pessoais. Começava a surgir uma nova perspectiva e razão de ser. Comecei a aprender com os próprios erros cometidos ao longo da existência. E como aprendi?

Recentemente, por telefone, conversava com uma de minhas melhores amigas, daquele saudoso e longínquo passado e lembrava que a nossa amizade fora imensa, altamente saudável e duradoura” e acrescentava: Só não fomos namorados  porque eu achava que  você não me queria, ao que ela respondeu:  Porque é que você pensava assim?.

Ora, diante de minha timidez e como nos comportávamos na ocasião, era assim que as coisas aconteciam. Faltava iniciativa entre os dois e mais que isto, receio, medo de levar uma mala.

Quem sabe se um grande amor não existia e o temor e falta de coragem não o deixaram vingar? Tudo é possível,

Não teria sido melhor se tivesse havido ousadia e não timidez entre ambos?

DEUS o sabe e é por sua vontade permissiva que o tempo se encarrega de tudo, convenhamos. Deixemos as coisas acontecerem como ELE o desejar.

Tudo passa sobre a Terra – disse José de Alencar,



João Bitu





domingo, 29 de junho de 2014

154 LONGA AUSÊNCIA


153   LONGA AUSÊNCIA

Quando se quer mesmo amar
Lucas bem  o traduz
Tem que carregar a cruz
Conforme a sina mandar
E não pode reclamar!
Ele pensa noite e dia
E não tem mais alegria
Padecendo de “insonanda”
Voltado para Fernanda!
Que ficou lá na Bahia!

Passam os dias devagar
Parecem mesmo um ano
Fazem crescer o desengano
Dá vontade de gritar
Para o tempo caminhar.
Nunca viu mês tão comprido
Compromisso mais sofrido
E tão dolorosa espera
Não crer mesmo se supera
Seu coração dolorido!

Mas quando o amor é real
Supera qualquer barreira.
Porém não é brincadeira
A vida deste casal
Apesar de ser leal!
Contudo noutra não caia
Nem jamais p’ra longe saia!
Minha gente é um horror
A noiva em Salvador
E o noivo em Caucaia!

Eu louvo a persistência
Desta gente valorosa
Que disposta e corajosa
Não pensa em desistência,
Avança com insistência
Sem nem pouco vacilar!
Pois vale a pena esperar.
Daí gritar com orgulho
Salve 26 de julho
Que um dia há de chegar!

João Bitu





quarta-feira, 11 de junho de 2014

153 CURIOSIDADES DO SERTÃO por João Bitu



152 CURIOSIDADES NO SERTÃO



No sertão no dia a dia
-    Com enorme simplicidade
Uma e outra novidade
Que a existência  propicia
A vida nos contagia!
É ver em meio à pastagem
Um inseto de passagem
Despertado de assalto
Fugindo em sobressalto
Por entre a densa folhagem!

Doce chão de tanta glória
Onde enterrei meu umbigo
Donde guardarei comigo
Lembranças da minha história
Registradas na memória!
Com muito gozo e sossego
Com muito amor e apego
Desfrutando a natureza
Com toda sua beleza
Em seu afável aconchego!

Bem ao cume duma estaca
Um abre- fecha tremula
Tal um campina caçula!
E ainda mais se destaca
Sobre o dorso duma vaca
Que amamenta o garrote
E nem lhe importa o fricote
Da avezinha matreira
Numa prática costumeira
Que lá se vê em magote.
Um Caco de Cuia airoso
Sobre um lago sobrevoando
O seu fundilho molhando
Sobre a água venturoso
Num banho maravilhoso.
E aspirando numa boa
Um beija flor sobrevoa
Um  pomar com muitas rosas
De flores maravilhosas
Viçando sob a garoa!

A cigarra disfarçada
       Tal se não existente
Lança seu canto estridente
No meio da arvorada
Virtualmente encantada!
As lendas do caipora
Que faz medo e apavora
Faz mau uso do assobio,
Provocando arrepio!
Amedronta a qualquer hora.

As queixas da Mãe da Lua
Ecoando à distância
Repetindo com instância
        A   eterna mágoa sua
       Tanto diz que se extenúa...
       “Ai, mama” - triste lamento!”
        Repete a todo o momento
        Sem cometer exagero
        Todo o seu  desespero 
         Sua dor, seu sofrimento!

          Coisas mais que curiosas
          Que não há cá no asfalto
         Trazem apenas sobressalto
         Às pessoas mais medrosas
         Quando, então, misteriosas!
         Mas agradam com intensidade.
         Com toda sinceridade
         Viver assim no sertão
         Com esta paz no coração
          Só faz bem de verdade!!

           Não me canso de exaltar
           Tanta harmonia e bonança
           Que usufruí em criança
            Naquele incrível lugar
            De uma beleza sem par!
            Tanto gozo, tanta alegria
            Em meu doce dia a dia.
             Nunca mais terei na vida
             Coisa sequer parecida
             -EU ERA FELIZ, NEM SENTIA!!

                                     
              João Bitu

sexta-feira, 9 de maio de 2014

151 DONA VICENTINA



DONA  VICENTINA



Residia na Forquilha
A Dona Chicô Pereira
Sempre forte e altaneira
Uma mulher maravilha...
Tinha  uma neta-filha
Que criou desde menina
Sua Mãe era Idalina
Que a deixou na orfandade
Muito linda e sem vaidade
A bendita VICENTINA!



Bem próximo nas vizinhanças
Tinha o sítio Timbaúbas
Mais embaixo as Carnaúbas
O berço destas lembranças...
E das bem-aventuranças
De um matrimônio ditoso
De um enlace prestimoso
Em que a casta matriarca
Desposou o patriarca
Zé Bitu seu casto esposo.



Desta saudável união
Nasceram onze herdeiros
Os seus pais sempre ordeiros
Os criaram com perfeição...
Deram boa educação
Impuseram o que é direito
Amor, decência e respeito.
Um coração bem desperto
Buscando um futuro certo
De honradez e conceito.



Esta eloqüente varoa
Tinha  o dom de gerência
Tratava com reverência
A toda e qualquer pessoa...
Estimada como a patroa
Da gente circunvizinha
Por cada um ela tinha
Um afeto sem interesse
Era como se merecesse
O poder de uma Rainha.



Era a Rainha do lar
Junto àquele varão
Homem de bom coração
Sabiam  se comportar...
Formavam um lindo par
Foram sempre mui felizes
Não houve quaisquer deslizes
Nem briga ocasional.
Em sua vida conjugal
Nunca enfrentaram crises.



Suas músicas favoritas
Que sempre cantarolava
Quando a seus  filhos  mimava
Eram bastante bonitas...
Uma  era Manolita
Que canção comovedora!
De aceitação duradoura
Em quem nela se detém.
Cantava muito também
A saudosa Valsa Vindoura.



Quando estava na cozinha
Não tinha  ninguém igual
Somente com água e sal
Comida melhor não tinha...
Preparava o que convinha
Uma gostosa tapioca
Com goma de mandioca
Cozinhava de tudo a esmo
Feijão de corda e torresmo
E baião de dois com paçoca



Mas a vontade Divina
Enviou os anjos seus
Levar  pra  junto de Deus
A nossa querida heroína...
Nossa amada VICENTINA
Foi fazer o seu renovo
Deixou aqui o seu povo
Conforme diz o Evangelho
Deixou o seu mundo velho

E foi morar num mundo novo!

João Bitu.
...tem tudo a ver!
MAMÃEZINHA QUERIDA
Carlos Galhard

segunda-feira, 5 de maio de 2014

150 TUDO PASSA



TUDO PASSA


“GUARDO como se tudo fosse agora
Com bastante clareza ainda lembro
Era uma noite cálida de setembro
Assim pelas vinte e uma horas
Em quarenta e oito e, muito embora,
Eu já fosse quase um homem feito
Ao ouvir Maria Bethânia, com efeito,
Na voz plangente de Nelson Gonçalves
(Eu estava na Rua Major Joaquim Alves).
Pus-me a chorar não houve outro jeito”.

Nossa casa era em frente à Catedral
O que sugeria paz e confiança
Tinha ao lado uma rica vizinhança
Doce gente pura e jovial
Semelhante não havia igual!
Era uma rua larga e conservada
No centro da cidade situada
Tinha um alinhamento impecáve
Arborizada de forma acurada
De beleza simples e admirável!


O nome dela, hoje, nem mais existe
Com outra denominação ora acontece
Não quero dizer que esta a desmerece
Mas de qualquer modo fico triste
Pois a sua lembrança em mim persiste!
Sinto saudade, porém, idoso sou eu
A cidade toda rejuvenesceu
E que belo rejuvenescimento!
É notável seu enriquecimento
Que grandemente a enalteceu!


Nem parece mais a antiga cidade
Sua expansão é coisa impressionante
O seu crescimento é fator constante
Poucos hoje ali moram em realidade
Dentre amigos de nossa mocidade
Ao passar os tempos se ausentaram
Para outros centros se mudaram,
Empreenderam a longa viagem
Ou por outra, somente de passagem
Visitam a cidade que tanto amaram!



Aliás, eu mesmo, um exemplo sou
Que há anos não ia à minha terra.
Nas  Carnaúbas meu doce pé de serra.
Pude então ver como tudo mudou
A paisagem toda se transformou.
Do Machado resta no leito o pó,
Ficou vazio. O frondoso Pau Mocó
Triste fim, ao tronco foi aparado
O coaçu igualmente eliminado
Tudo se fez melancolia só!

No presente, aos trancos e barrancos,
Ao chegar quase aos oitenta anos
Conclui inúmeros dos meus planos
E embora com muitos cabelos brancos
Sou feliz e com  sorrisos francos
A propósito das transformações,
Êxitos e até decepções,
Escrevi uma página bem sucedida
Ao viver uma vida bem vivida
De amor, alegria e muitas emoções!



Sempre cri na Divina providência.
Nela pus toda minha confiança
Dela alcancei tão só paz e esperança
Harmonia, saúde e bem querência
SUA glória, poder e sapiência
Que derramaram sobre os ombros meus
Os bem-aventurados poderes Seus
Sempre em momento o mais exato.
Assim sou infinitamente grato
Pois que sempre tive a bênção de DEUS!


João Bitu
...tem tudo a ver!
MARIA BETHANIA
Nelson Gonçalves