PAUSA
PARA MEDITAÇÃO
É deveras impressionante como a ação dos tempos
impõe modificações nos hábitos e costumes das pessoas, contribuindo para
transformar e, por vezes, aprimorar o relacionamento entre jovens e
adultos, notadamente, à proporção em que no dia a dia os fatos vão ocorrendo
alheios às nossas pretensões. Tudo se modifica ao mesmo tempo em que nos
transformamos também, à mercê de comportamentos indiferentes aos princípios de
nossa origem de vida, tais como nos foram legados por nossos ancestrais. É como
se tudo precisasse ser mudado e uma atualização se fizesse necessária em nossa
existência. Só que, entendo serem estas atualizações procedidas de maneira um
tanto precipitada.
Não atentamos para determinadas atitudes ousadas no
tratamento que dispensamos aos nossos semelhantes de idades mais avançadas. As
pessoas mais idosas perdem gradativamente o direito de serem respeitadas como
tais. A juventude não tem sido preparada por seus superiores para conservar o
respeito e a obediência a quem de direito. As coisas, em geral, não são mais
como antigamente.
Será que tudo o que acontece é para melhorar a vida
gente? A modernização que se opera em nosso cotidiano será mesmo um corretivo
ou estímulo para aperfeiçoar os atuais usos e costumes? Tudo mesmo?
Certo é que há uma enorme diferença entre a
atualidade e o passado. Estamos completamente diferentes de outrora,
na maneira de vestir, na forma de como nos comunicar com o próximo, em como
conquistar amizades e saber conservá-las e, como já fiz referência acima,
dispensar o respeito e admiração aos nossos concidadãos que alcançaram a
honrosa terceira idade com sacrifício, com luta e com amor. Alias,
dizia-me um amigo, “ficar velho até que é muito bom, difícil mesmo é ser
velho”. Todos nós sonhamos e almejamos viver bastante, assistir o nascimento e
crescimento de filhos, netos, bisnetos e mais aderentes na plenitude de nossa
saúde e bem estar. Mas “caducar” não... só se for no sentido de
brincar, acariciar e bajular os descendentes.
Entre os doze e vinte anos de idade, no ápice da
adolescência, experimentei uma fase de acentuada timidez, ao ponto de me tornar
portador de enorme complexo de inferioridade. Tudo era belo ao meu redor, menos
eu. Todos mereciam afeição, admiração, cobiça pessoal, menos eu. Custei a
superar certos preconceitos, enfim consegui quase totalmente, graças a
repetidos acontecimentos merecedores de uma melhor análise e reflexão. Os
tempos se encarregaram, realmente, de nos transformar a qualquer custo.
Lentamente fui amadurecendo e
enriquecendo meus propósitos de vida, alterando idéias e pretensões
pessoais. Começava a surgir uma nova perspectiva e razão de ser. Comecei a
aprender com os próprios erros cometidos ao longo da existência. E como
aprendi?
Recentemente, por telefone, conversava com uma de
minhas melhores amigas, daquele saudoso e longínquo passado e lembrava que a
nossa amizade fora imensa, altamente saudável e duradoura” e acrescentava: Só
não fomos namorados porque eu achava que você não me
queria, ao que ela respondeu: Porque é que você pensava assim?.
Ora, diante de minha timidez e como nos
comportávamos na ocasião, era assim que as coisas aconteciam. Faltava
iniciativa entre os dois e mais que isto, receio, medo de levar uma mala.
Quem sabe se um grande amor não existia e o temor e
falta de coragem não o deixaram vingar? Tudo é possível,
Não teria sido melhor se tivesse havido ousadia e
não timidez entre ambos?
DEUS o sabe e é por sua vontade permissiva que o
tempo se encarrega de tudo, convenhamos. Deixemos as coisas acontecerem como ELE
o desejar.
Tudo passa sobre a Terra – disse José de Alencar,
João Bitu
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