domingo, 5 de outubro de 2014

O SÍTIO CARNAÚBAS



                                   O SÍTIO CARNAÚBAS

 

É um pedaço de chão fértil, produtivo e saudável situado no Município de Várzea-Alegre à encosta do Riacho do Machado, vertiginosamente belo e utilíssimo pela enorme riqueza das águas correntes que banham as margens verdejantes, quando das enchentes transbordantes durante    o período chuvoso.  É de uma riqueza imensurável que presenteia seus habitantes com muita alegria e felicidade em razão da farta  produção agrícola e da pastagem abundante que alimenta os animais ali existentes.

Aquele sítio fica situado entre as Lagoas e Juazeirinho no sentido Várzea-Alegre/Distrito do Canindezinho, próximo à Estrada Velha e Jatobá onde tremulava a folhagem nos famosos pés de Juazeiro, em número de quatro, com sombra  convidativa para os transeuntes costumeiros que lá descansavam de suas caminhadas.

Nas Carnaúbas, pois, foi onde POMPILIO VELHO testemunhou o meu nascimento que originou o surgimento de uma prole bem sucedida e estimada que veio a se chamar “A BITUZADA”, por determinado poeta em inspirada ocasião.

ZÉ BITU – seu líder abençoado - era um homem de muita inteligência e sabedoria e até certo ponto um tanto introvertido, não se ligando ao “disse me disse” que de qualquer esquina par-
tia, limitando-se ao repente habitual que lhe era instintivamente comum, contando-o na ocasião e local adequados.

Ao seu lado Dona Vicentina, a companheira virtuosa e dinâmica vigiava com rara competência a criação dos filhos a quem juntos davam educação a mais completa e primordial, incutindo neles com muito amor os princípios necessários ao dia de amanhã.  Eram os dois, exemplos da mais perfeita grandeza e harmonia diante da prole constituída.

Dona Vicentina tinha uma irmã chamada ZUCA, que nasceu na FURQUILA, uma moça muito dócil, bonita e prendada que foi morar conosco nas CARNAÚBAS, onde nos fez companhia por longos anos, até que contraiu núpcias com EURICO DUARTE, foi morar em sua própria casa e posteriormente migraram rumo a SÃO PAULO e outros lugares adjacentes nos quais permanecem até hoje os seus descendentes.

Além deles, ali residiam os meus Tios Nonôe, Isa e Afonso Bitu descendentes de JOÃO ALVES FEITOSA BITU daquela gente que teve sua origem junto à enorme ramificação que habitava no Sanharol, oriunda dos sertões de Inhamuns.

Antônio Alves Bitu, meu estimado Padrinho Nonõe, era um fumante inveterado, tinha sempre
seu cigarro de palha colocado  atrás da orelha quando não estava tragando, vício que resultou  levando-o precocemente à sepultura.

Tia Isa – santa criatura – casada com Chico Chicô, morava  num chalé muito bem acabado  jun-
to do famoso Coaçu que sombreava o passadiço e a cancela da manga dos BITUs.  perto do   Jaburu, paraíso agrícola do CEL.ZÉ VITORINO, cidadão  muito rico da região.   Era muito reli-
giosa e asseada, razão porque era alvo de nossa ais acentuada  simpatia.
 
Afonso Bitu – o caçula daquela geração em vida    entre os quatro era o mais sacrificado eco-
nomicamente, vítima ainda de uma viuvez inesperada tendo que assumir a criação de  quatro
filhos pequenos e sem recursos, coitado.
 
Esta era a família Bitu que ocupava  o nosso querido Sítio Carnaúbas ainda hoje estimado   
que jamais será esquecido em seus mais íntimos pormenores.
Como morador ainda daquela doce localidade, ocupando um tosco casebre de taipa  e,
 vivendo na mais absoluta pobreza, carregado de filhos, só ele e DEUS  para criá-los, havia naquela época ainda  POMPILIO JOSÉ DUÓ   o meu inesquecível amigo, professor e poeta, a quem devo muito do pouco que consegui aprender no âmbito da poesia.
Daria muito para voltar a vivenciar com aquela gente maravilhosa e saudável do adorável rincão onde fui feliz um dia. Adeus terras de meu coração, que DEUS as conserve em toda sua
magnitude.  Um caloroso abraço gente de saudosa memória!

Que saudades daquela infância de glórias
Quando e onde estas coisas se passaram
E outros tantos fatos ocorreram
Suscitando esta  singela história
Que pra sempre guardarei na memória.
Personagens e firmas verdadeiros
Dos primeiros até aos derradeiros
De que falo com toda sinceridade
Com orgulho e muita propriedade
Como são hábitos meus costumeiros!!.

João Bitu

 

 

 

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