sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

182 ACORDEI LEMBRANDO


ACORDEI LEMBRANDO
( Agradecimntos à FAFA pelo arquivo )

Em 25 de novembro de 1906, no município de Várzea Alegre, a bendita Senhora Dona Eufrásia ( Frasina ) dava à luz um filho que na pia batismal recebeu o nome de José. O pequeno menino José, foi registrado como JOSÉ ALVES BITU, nome que magistralmente soube honrar em toda sua existência.

E como soube! Zé Bitu das Carnaúbas como veio a ser conhecido em seu meio , tornou-se chefe entre seus irmãos graças aos seus altos predicados e firmeza de costumes.

Zé Bitu, meu Pai, foi sempre um homem íntegro e decente. Costumava se relacionar fraternalmente com qualquer pessoa, não admitindo nenhuma espécie de preconceito ou orgulho pessoal. Era, em verdade, muito brincalhão e senhor de um brilhante senso de humor, repentista extremoso, quando menos se esperava ele soltava um repente que fazia rir a todos. Foi agricultor e comerciante.

Teve e criou com Dona Vicentina onze filhos a quem deu a melhor educação. Visto isto meu Pai, nós lhe fazemos aqui esta simples homenagem e almejamos, em tempo que a Deus pertence, reencontrá-lo e AMÁ-LO MAIS AINDA!. Deus é fiel!.
João Bitu

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

181 AS FUTURAS NORAS DE MINHA NORA

181    AS FUTURAS NORAS DE MINHA NORA

Na passagem do ano novo
Por ocasião dos festejos
Tive a vez e o ensejo
De manjar um povo novo
Gente que não faz nem “ ovo “...
Dormir, sim. horas e horas!
As noras de minha nora.
Pra não dizer ociosas
Elas são tão mais morosas
Do que a citada Senhora!

Pensam mesmo só no talher
E em dormir...dormem mais que gato
Não lavam nem mesmo um prato
Não enxugam uma colher
Ou outra coisa qualquer!
E reclamam das refeições
E não dão sequer tostões
Para ajudar nas despesas
Só querem mostrar belezas...
-“Com raríssimas exceções” !

Quem prepara a comida
É tão somente a Lulu
É quem coze o angu
E responde por toda lida
Assim é por toda vida!
Ela está sempre em cena
Muito contida e serena
Dias úteis e feriados
Tendo ao seu lado VERBENA!

As tais ajuda não dão
Isto é verdade não nego
Não pregam nem mesmo um prego
Numa barra de sabão,
São de enfadar um cristão!
Comem até se fartar
E depois vão namorar
Saltar das camas às redes
E entre quatro paredes
Amar ...amar e amar!

Daí ...escrevi estes versos
Não importa que alguém se ofenda
Vieram–me de encomenda
Com pensamentos adversos
E propósitos também diversos
O dispêndio é secundário
É para o ex - fazendário
Pouco lhes importa a monta
Correrá tudo por conta
“Do velho octogenário”.

João Bitu






sábado, 2 de janeiro de 2016

180 QUEDA DE MEMÓRIA



180     QUEDA DE MEMÓRIA

Tenho crises de esquecimento
Decorrentes da idade,
Em tais oportunidades
Certas coisas vão com o vento
E não escolhem o momento.
Parece até brincadeira
Mas é mais que verdadeira
Chega a me dar arrepios
E a mexer com os meus brios
Isto desde a vez primeira.

 Geralmente eu pressinto
E é quase todo dia
Uma certa melancolia,
Falo franco não minto
Fatalmente eu a sinto!
Deixo até preocupado
Quem se encontra ao meu lado
Que busca com sutileza
Inibir esta tristeza
Com mimos  e paparicados!


Meu filho, Papai ou João,
Vovô, “The véi”, “meu robusto”,
Nós te amamos a todo custo
E de todo coração
Com carinho e afeição.
Ponha ao lado essa tristeza
Procure agir com firmeza
Expulse a tristeza sua
Pois que a vida é só beleza.

Comumente eu pressinto
Uma certa melancolia
Que vem quase todo dia.
Falo franco não minto
Frequentemente eu sinto.
Não me causa mal estar
Nem venho a me preocupar
Apenas por precaução
Adiro à solidão
E, então, fico a matutar.

Quem de longe me avista
Repara com muita ternura
Penaliza-se com a postura
Lá no seu ponto de vista
Aguardando que eu desista.
E eis que repentinamente
Muito mais que de repente
Para minha felicidade
Um sopro de atividade
Retorna a minha mente.

Deixo os olhos semifechados
E as pernas balançando
Fico as tardes só pensando
Em fatos lá do passado
De que já não estou lembrado
Mas ...busco readquiri-los.
São instantes os mais tranquilos
E como a vontade manda
Fico sentado à varanda
Onde tiro meus cochilos!

João Bitu






quarta-feira, 28 de outubro de 2015

179 LEMBRETE



179      LEMBRETE


É preciso alguém saber
Que Verinha jamais me ofende
Ao invés de me ofender
Sempre, sempre me defende!

Luis também é profundo
Piadista pra valer
Mexe com todo mundo
Sem, contudo, aborrecer!

João Bitu




quarta-feira, 30 de setembro de 2015

178 MINHA SAUDÁVEL MORADA





MINHA SAUDÁVEL MORADA


Verinha por livre opção
Fez-me oportuno convite
Anexa a sua mansão
Construiu-me uma suíte!

Haja coisa mais linda
Muito bem elaborada
Confortável faz-se ainda
Da forma como é cuidada.

Sinto-me muito legal
Residindo ao lado dela
E muito agradeço a ela!

Por viver tranquilamente ...
Onde o LUIS comicamente
Chama ‘FUNDO DE QUINTAL! ”!...

João Bitu

Luis tornou ainda mais valiosa a "SUITE" com sua gosada observação
Valeu,Luis
João Bitu







domingo, 21 de junho de 2015

177 FUI UM TANTO NÔMADE

    FUI UM TANTO NÔMADE

Nós nascemos no sertão
Em lugares diferentes
Estivemos sempre ausentes
Sem pensar em união
Assim foi por um tempão.
Mas eis que surge a “fortuna”
Para que a mim se una! ...
Nas Carnaúbas nasci
Lugar aonde cresci
E ela nasceu lá no UNA!

UNA é no Espírito Santo...
-Próximo ao Rio de Janeiro
Onde moramos primeiro
Terra de muito encanto
Como também desencanto.
Em verdade admitamos
Dificuldades achamos
Mas coisas normais da vida!
Foi a fase mais sofrida
Logo quando nos casamos!

Fui estudante no Crato
Em Várzea-Alegre também
Sozinho sem mais ninguém
Foi um tempo meio ingrato
Sem um mínimo de aparato,
Amarguei muita tristeza
Foi um tempo de dureza.
Residi no Cariri
Lá quatro anos vivi
Enfim, moro em Fortaleza.

A seguir fui para o Rio
Em busca de novos pastos
Saltei em Magalhães Bastos
Lugar um tanto sombrio
Sem encanto e sem brio. ...
Sofri que foi um horror
Mas graças ao meu SENHOR
Fui trabalhar em um Banco
Próximo à Avenida Rio Branco
Na rua do Ouvidor.

Aqui na terra de Iracema
Onde finalmente estou
Terminar meus dias vou
É uma aspiração EXREMA
Talvez decisão Suprema
 Que rege tudo no mundo,
Senão algo mais profundo,
E outra intuição me regre
E eu termine em Várzea Alegre!
Terra de Papai Raimundo.

A “Fortuna” de que falo
Não me deixa ficar solo
E dela nunca descolo
 É meu incômodo “calo”
Quando fala eu me calo.
Coisa que jamais pensei,
Se isto é certo não sei
Aprendi a dizer sim
Desde cedo foi assim
Tanto é que acostumei.

Com bastante orgulho até
No bairro Jacarecanga
Minha gente ainda manga
Junto à Vila São José!
Morei e ali finquei o pé,
Já fora um bairro famoso
Bonito e populoso
Abrigava gente decente
Da elite, evidente,
Um povo até orgulhoso.

Isto eu sempre achei! ...
-Na Alexandre Baraúna
Fui morar com a “fortuna”
Onde alguns anos passei,
 E só então me mudei
Para onde a gente se baba
 E este meu conto acaba,
-Nosso estimado Montese
Um grande bairro, em que pese,
Ser menor que Parangaba.

João Bitu


sexta-feira, 29 de maio de 2015

186 PERSONAS GRATAS


187              PERSONAS GRATAS!


Vários meses de Janeiro já se passaram desde que aqueles heróis do volante, procedentes, via de regra, da longínqua cidade de Campína Grande na Paraiba, alguns dos quais com o aval e a valiosa recomendação do Senhor Auto Pimentel, genro do honroso comerciante português Antônio Ferreira (Seu Ferreira), chegaram em Várzea-Alegre com a missão de assumir cargos da mais rara e alta responsabilidade de motorista de caminhão. Ora, na década de quarenta não havia quase caminhões na cidade, cujos proprietários fossem dali e muito menos ou nenhum motorista habilitado e já o transporte de lã de algodão exigia com urgência os tais veículos, proprietários e profissionais.
Neste tempo, carece enaltecer a existência de um caminhão da marca “INTERNACIONAL”, cor vermelha de propriedade de ZÉ Felipe, homem nacionalmente conhecido pelas sus piadas famosas. Seu motorista era João Pereira, famoso precursor dessa casta famosa. Zé Felipe colocou uma buzina no caminhão que era de chamar a atenção por onde passava.
Certa ocasião foi ele multado em Cajazeiras PB, por ter feito uso da referida buzina nas proximidades de um Hospital, ao pagar a infração disse ao cidadão, pode ficar com o troco, porquanto, na volta vou proceder da mesma forma, tenho certeza.
Havia quatro usinas de beneficiamento de algodão em pleno funcionamento a saber:  USINA SANTO ANTONIO  de Antonio Correia na Praça Santo Antonio; USINA PRIMO de Vicente Primo de Morais  junto à Betânia na  entrada da cidade; USINA DINIZ de Josué Alves Diniz, que ao lado da bodega de ZEBITU marcava o início da Rua Major Joaquim Alves e por fim a USINA PIMPIM  de propriedade de Dirceu de Carvalho Pimpim situada à Rua dos Perus.
Nosso propósito, neste ensejo, é lembrar alguns nomes famosos de motoristas profissionais renomadas, sem outro objetivo que mais se firmaram em  Várzea-Alegre  na prestação de serviços de transportes  a exemplo de ZÉ ANTONIO na Usina Primo por longo tempo e que terminou se casando com uma jovem da família de Zezinho de Matias da Vazante. Era um cidadão de bem, muito conceituado e respeitado por todos. Todavia, trouxe lá de sua terra um irmão que não se deu muito bem, chamava-se Cícero Antonio e dirigia o caminhão que virou nas proximidades da cidade de Russas causando a morte de seus dois proprietários Antonio Bezerra e Manoel Morais.
Joaquim Ferreira trabalhou na Usina Diniz, também por vários anos no transporte de algodão para Campina Grande, ao lado de outros profissionais. Casou-se com Terezinha Cassundé com quem teve três filhos homens e um mulher
Severino Dedão, chamava a atenção pelo seu vozeirão forte, com sotaque acentuadamente paraibano e por não limitar qualquer conveniência naquilo que dizia. O seu carro era um GMC que comia fogo em suas mãos, porquanto, apesar das estradas ruins corria como louco. Complementava   os serviços dos já citados companheiros e não tinha hora marcada para sair e nem para chegar.
Chico de Seu Auto ou Chico de Seu Chagas Bezerra, também oriundo daquelas plagas paraibanas, um homem sério e sisudo quase não dizia uma só palavra no percurso Várzea- Alegre X Campina Grande, ao lado de Seu Chagas quando no transporte de algodão o “ouro branco”
 como era conhecido antes da lamentável fase do bicudo, praga  arrasadora que veio destruir aquela fonte de  riqueza agrícola em nossa região.
Seu Pedro foi um dos últimos provenientes da mesma região, serviu também na Usina Primo, adquirida que foi pelo Senhor Edson Castro e repassada para uma organização industrial pertencente ao Grupo Roldão Mangueira, representado pelo Senhor Abel que teve morte lamentável, vítima de pistoleiros ali mesmo contratados, por questões desconhecidas.
Um outro profissional do volante, igualmente estimado que conquistou popularidade na cidade, foi o não menos paraibano Zé Avelino que esposou a conterrânea ilustre e muito querida Domicília.
Como disse no início deste escrito, meu propósito foi lembrar aqueles simpáticos profissionais do volante, que prestaram a nossa querida cidade relevantes serviços naquela época distante. Alguns deles  deixaram família constituída e bem relacionada para nosso orgulho posso assegurar.


 Historietas como estas me deixam feliz e bem que arrancam do fundo do coração enormes saudades que pretendo dividi-las com meus contemporâneos. Se algum erro cometi peço desculpas, o tempo transcorrido nos deixa por vezes em dúvida. Um abraço aos meus amigos e a certeza de que muitos ainda estão lembrados e sentem comigo as mesmas saudades. O passado ficou, mas a vida continua!
Um honroso até breve, se DEUS quiser!

João Bitu