REVENDO MEU
DOCE PASSADO
A antiga Rua Major Joaquim Alves, cuja denominação foi pelos ares para
dar vez a outro nome ilustre, este filho da cidade de Várzea-Alegre, tinha início na
entrada do corredor que leva aos Grossos, em
direção
à cidade de Iguatu e se estendia até as
residências de Joaquim Diniz e Hamilton
Correia, pelo lado oposto. Não era uma rua muito extensa, mas estava sua
grandeza no alinhamento e cuidados de suas bonitas residências e de seus
habitantes ilustres. Cabia ali tudo que era bom, pessoas, prédios, praças de
diversões, a Catedral, duas usinas e beneficiamento de algodão e o comércio
enfim. Inclua-se, naturalmente, a Usina Primo no limiar.
Os seus
moradores eram os mais conceituados cidadãos
da
cidade, a contar os mais ricos assim como outros tantos de menor expressão econômico-financeira,
todavia, decentes e trabalhadores honrados e igualmente notáveis.
A indústria e
o comércio ali representados por JOSUÉ ALVES DINIZ, um Senhor de grande valor e
respeito pela honradez e decência nos negócios e na política, tendo sido eleito
Prefeito, ocasião em que mostrou sua alta capacidade administrativa e
incontestável honestidade no manuseio dos bens públicos. Teve uma vida de raras
virtudes, qualidades que deixou aos filhos por herança. Entre outras obras
construídas em sua gestão deixou o prédio onde funciona atualmente a Prefeitura
Municipal da cidade e O Centro Administrativo cujo, recebeu o seu nome como
homenagem. De grande utilidade comercial,
além de funcionar como cabide de empregos também é engrandecido pela oferta e
venda de gêneros alimentícios a preços mais accessíveis, graças a centralização
de mercadoria. É situado entre as ruas JOSÉ COREIA e a GETÚLIO VARGAS, ao lado
do prédio onde funcionou a ESCOLA DOMÉSTICA, instituição educativa onde MARIA
SOCORRO BITU, de saudosa memória, concluiu sua educação profissional.
A seguir a
pracinha onde está a Majestosa IGREJA DE SÃO RAIMUNDO, um dos mais belos e
tradicionais monumentos em toda região Centro Sul do Estado, orgulho de
Várzea-Alegre, cuja torre é vista ao longe com todo seu esplendo, com a estátua
do padroeiro São Raimundo Nonato, encimando sua grandeza e invejável beleza, como
que a olhar e abençoar o casarão de ZÈ BITU, em cujo toda Bituzada teve
sua existência feliz. Nada se pode comparar a sua semelhante e
maravilhosa vista mesmo à distância. Ladeada pela casa Paroquial de forma
adequada e justa para os serviços religiosos, onde residem o Vigário e seus
auxiliares instalados em suas dependências, bem como acomodações para os
visitantes de outras paróquias circunvizinhas, quando das festividades
costumeiras. Nossa Catedral é alvo de admiração em toda parte!
A PREFEITURA
MUNICIPAL fica situada bem perto da referida pracinha, construída onde fora
antigamente a querida e super- frequentada Praça Velha, em que a juventude
tinha seu reduto e alegria ao passear às noitinhas ao som da AMPLIFICADORA VOZ
DE VÁRZEA-ALEGRE”, comandada por Walquírio Correia, com as oferendas musicais e
suas brincadeiras alegres dirigidas a cada ouvinte e admirador
Quanta
saudade!
A parte
comercial de maior destaque tem aí o seu início, considerando as lojas de
tecidos. De Zé Rolim (João Joca foi seu sócio inicialmente), até à casa “ABC”
pelo lado direito e, em frente RAIMUNDO SILVINO e ZÉ BILÉ com lojas de variedades
Neste meio, isto é, entremeando o comercio
havia outra “pracinha” muito concorrida ao anoitecer pelos jovens namorados da
cidade, igualmente assistida ao som da Amplificadora e sua música
contemporânea. AÍ estava o coração musical de toda juventude! Encontro
infalível de toda mocidade!
A nossa
estimada Rua Major Joaquim Alves termina aqui, onde as nossas saudades marcam o
seu início. É necessário que se lembre aquelas músicas da velha guarda. Músicas
que marcaram cada uma de nossas SAUDÁVEIS paqueras, cada um de nossos “flêrtes discretos,
os recadinhos trocados que foram ou não foram respondidos! Cantores famosos que
davam a cada melodia a riqueza de sua interpretação. Está, entendo eu, para
nascer a pessoa contemporânea que não lembre da valsa BRANCA, do Bolero DEZ
ANOS, A Pérola e o Rubi, Tarde Fria, Pecado Original e outros tantos sucessos
da época!!! Aposto que alguns de meus
leitores não vão dormir hoje sem antes cantarolar um pouco, recordando velhas
músicas que lhe marcaram naquele passado tão doce!
Muitos casais
que até hoje permanecem unidos e felizes tiveram o início de seus idílios
naquelas pracinhas abençoadas. Podem contar agora aos filhos quão linda era a
vida simples naqueles pedacinhos de
chão alegres, em nossa querida e inesquecível VÁRZEA-ALEGRE. Havia
serenidade, havia doçura e muita pureza dentro de cada namorado, candidato ao
matrimônio. Amor verdadeiro, confiança e admiração recíproca. Impossível
esquecer!
DEUS que tão
graciosamente contemplou a nossa geração, dê aos nossos descendentes a mesma
felicidade com que até hoje nos tem premiado. Vida longa, amor real aos nossos
cônjuges e poder de reconhecimento fiel e inalterável.
Que nos
abençoe hoje e sempre a nós e aos nossos estimados filhos e netos.
João
Bitu
... Faz lembrAR !
A PÉROLA E O RUBY
Caubv Peixoto