Residia na Forquilha
A Dona Chicô Pereira
Sempre forte e altaneira
Uma mulher maravilha...
Tinhauma neta-filha
Que criou desde menina
Sua Mãe era Idalina
Que a deixou na orfandade
Muito linda e sem vaidade
A bendita VICENTINA!
Bem próximo nas vizinhanças
Tinha o sítio Timbaúbas
Mais embaixo as Carnaúbas
O berço destas lembranças...
E das bem-aventuranças
De um matrimônio ditoso
De um enlace prestimoso
Em que a casta matriarca
Desposou o patriarca
Zé Bitu seu casto esposo.
Desta saudável união
Nasceram onze herdeiros
Os seus pais sempre ordeiros
Os criaram com perfeição...
Deram boa educação
Impuseram o que é direito
Amor, decência e respeito.
Um coração bem desperto
Buscando um futuro certo
De honradez e conceito.
Esta eloqüente varoa
Tinhao dom de gerência
Tratava com reverência
A toda e qualquer pessoa...
Estimada como a patroa
Da gente circunvizinha
Por cada um ela tinha
Um afeto sem interesse
Era como se merecesse
O poder de uma Rainha.
Era a Rainha do lar
Junto
àquele varão
Homem de bom coração
Sabiamse comportar...
Formavam um lindo par
Foram sempre mui felizes
Não houve quaisquer deslizes
Nem briga ocasional.
Em sua vida conjugal
Nunca enfrentaram crises.
Suas músicas favoritas
Que sempre cantarolava
Quando a seus filhosmimava
Eram bastante bonitas...
Umaera Manolita
Que canção comovedora!
De aceitação duradoura
Em quem nela se detém.
Cantava muito também
A saudosa Valsa Vindoura.
Quando estava na cozinha
Não tinhaninguém igual
Somente com água e sal
Comida melhor não tinha...
Preparava o que convinha
Uma gostosa tapioca
Com goma de mandioca
Cozinhava de tudo a esmo
Feijão de corda e torresmo
E baião de dois com paçoca
Mas a vontade Divina
Enviou os anjos seus
Levar pra junto de Deus
A nossa querida heroína...
Nossa amada VICENTINA
Foi fazer o seu renovo
Deixou aqui o seu povo
Conforme diz o Evangelho
Deixou o seu mundo velho E foi morar num mundo novo!
João Bitu.
...tem tudo a ver! MAMÃEZINHA QUERIDA Carlos Galhard
“GUARDO como se tudo fosse agora
Com bastante clareza ainda lembro
Era uma noite cálida de setembro
Assim pelas vinte e uma horas
Em quarenta e oito e, muito embora,
Eu já fosse quase um homem feito
Ao ouvir Maria Bethânia, com efeito,
Na voz plangente de Nelson Gonçalves
(Eu estava na Rua Major Joaquim Alves).
Pus-me a chorar não houve outro jeito”.
Nossa casa era
em frente à Catedral
O que sugeria
paz e confiança
Tinha ao lado
uma rica vizinhança
Doce gente pura
e jovial
Semelhante não
havia igual!
Era uma rua
larga e conservada
No centro da
cidade situada
Tinha um
alinhamento impecáve
Arborizada de
forma acurada
De beleza
simples e admirável!
O
nome dela, hoje, nem mais existe
Com
outra denominação ora acontece
Não
quero dizer que esta a desmerece
Mas
de qualquer modo fico triste
Pois
a sua lembrança em mim persiste!
Sinto
saudade, porém, idoso sou eu
A
cidade toda rejuvenesceu
E
que belo rejuvenescimento!
É
notável seu enriquecimento
Que grandemente a enalteceu!
Nem
parece mais a antiga cidade
Sua
expansão é coisa impressionante
O
seu crescimento é fator constante
Poucos
hoje ali moram em realidade
Dentre
amigos de nossa mocidade
Ao
passar os tempos se ausentaram
Para
outros centros se mudaram,
Empreenderam
a longa viagem
Ou
por outra, somente de passagem
Visitam
a cidade que tanto amaram!
Aliás,
eu mesmo, um exemplo sou
Que
há anos não ia à minha terra.
Nas
Carnaúbas meu doce pé de serra.
Pude
então ver como tudo mudou
A
paisagem toda se transformou.
Do
Machado resta no leito o pó,
Ficou
vazio. O frondoso Pau Mocó
Triste
fim, ao tronco foi aparado
O
coaçu igualmente eliminado
Tudo
se fez melancolia só!
No
presente, aos trancos e barrancos,
Ao
chegar quase aos oitenta anos
Conclui
inúmeros dos meus planos
E
embora com muitos cabelos brancos
Sou
feliz e comsorrisos francos
A
propósito das transformações,
Êxitos
e até decepções,
Escrevi
uma página bem sucedida
Ao
viver uma vida bem vivida
De
amor, alegria e muitas emoções!
Sempre
cri na Divina providência.
Nela pus toda minha confiança
Dela
alcancei tão só paz e esperança
Harmonia,
saúde e bem querência
SUA
glória, poder e sapiência
Que
derramaram sobre os ombros meus
Os
bem-aventurados poderes Seus
Sempre
em momento o mais exato.
Assim
sou infinitamente grato
Pois
que sempre tive a bênção de DEUS!
João
Bitu ...tem tudo a ver! MARIA BETHANIA Nelson Gonçalves