domingo, 9 de março de 2014

279 DOS MALES O MENOR


DOS MALES O MENOR


 


Já findou o Brasileirão

Nosso Estado não deu sorte

Foi uma luta de morte

Muito cheia de emoção

E apertos no coração.

Quem foi mais fraco caiu

Quem foi mais forte emergiu.

Baqueamos, lá e cá, confesso,

Nem o Vovô teve acesso

 Nem o ICASA subiu!

 

Mesmo tendo havido luta

Faltou um pouco de garra

O time não se agarra

Com vontade absoluta

Nem coragem na disputa.

A equipe parece fria

Tem visível apatia.

É a forma de dirigir

Claro!  Devo admitir

Falhas da Diretoria!

 

Futebol é um troço ingrato

Ganha às vezes o pior

Nem sempre vence o melhor

Jogando até mais de fato

No fim entra de gaiato.

Não adianta chiar

Nem sequer se lamentar

E dar uma de ignorante.

Vale é bola no barbante

Não tem como se queixar.

 

Eis o Vasco ,time famoso

E de primeira grandeza

Capaz com toda certeza

De ser sempre vitorioso

Teve um final vergonhoso!      

O fracasso foi seu destino    

Contudo desde menino        

Apesar das intempéries

Primeira ou segunda séries

Fui e serei Vascaino!

 

Muito pior, entretanto,

Um verdadeiro horror

Vai passando o tricolor

Que se mantém em seu canto

No mais triste desencanto

Já com dois anos na lona.

Amargando a terceirona

Apanhando do Ceará

Que bem folgado está

 No topo da segundona!

 

João Bitu

...Tem tud a ver!
ESSE JOGO NÃO É 1 X 1 ,

Jackson do Pandeiro

..

 

 

278 MINHA CIDADE


MINHA CIDADE


Em constante caminhada

O que muito fiz na vida

Jamais deixei esquecida

Nossa Várzea Alegre amada

Minha terra abençoada!

Berço de gente da paz

Que é só o que ela faz

E queira o PAI que assim se alastre,

Apesar de seus contrastes

Muito orgulho ela nos traz!

 

Várzea Alegre tem nos dado

Um gênero de criatura

Que nem pouco se mistura

Com esse tipo mal gerado

Hostil e mal educado

E procedimento obscuro.

Dá à luz o homem puro

Tem velhice conservadora

Mocidade promissora

De auspicioso futuro!

 

Todo filho seu se ufana

Da origem de sua vida

De sua terra querida

De tantas a mais bacana,

De tradição soberana!

E hoje como ela está

Não há mais bela, não há,

O seu céu de um lindo azul

Na região Centro Sul

Mais ilustra o Ceará!

 

Desde os tempos de menino

Sempre às margens do Machado

Tive a honra de ser criado

Junto a Zé Clementino.

Desde muito pequenino!

Nas Carnaúbas pertinho

Do sítio Juazeirinho

Onde nascera o cantor

E brilhante compositor

Nós dois éramos vizinhos!

 

Deixamos a localidade

Em nossa adolescência

E fixamos residência

Ambos então na cidade

Com familiaridade!

Pra onde? -Dizer é preciso?

Várzea Alegre! – olha o sorriso!

A terra de meus amores

Meu jardim cheio de flores

Autêntico paraíso!

 

Nossa terra tem beleza

Tem de tudo pra se ver

Em tudo se fez crescer

Demos graças à natureza

Que lhe deu tanta riqueza.

Nossa terra é um primor

Tudo nela é de valor,

Teve ascensão inaudita

Além de limpa e bonita

É toda cheia de amor.

 

Fui ao Rio de Janeiro

Pra ficar, mas não fiquei

Com saudades optei

Por Várzea Alegre em primeiro

E o Rio por derradeiro.

Razões eu entendo tê-las

É bem fácil concebê-las

Coisas do próprio instinto

Certo é que ora me sinto

Bem feliz como entre estrelas!

João Bitu
...tem tudo a ver!
DOR DA SAUDADE
Mazzaropi

 

 

277 PACIÊNCIA NA CAMINHADA


PACIÊNCIA NA CAMINHADA


                                                                  


“ Ao amigo Mundim do Vale”

Afirmou o nobre poeta, de maneira bem direta

Que este simples prosador

Além de escrever seus versos,  trocadilhos os mais diversos

Também é historiador.

 

Há muita bondade nisto, generosidade, insisto!

Que o caro leitor me acate

Se for a sua vontade, se o achar na verdade

Simplesmente como vate.

 

Como tal que me integre, na querida Várzea Alegre,

Ao grupo de outros poetas.

Pois nem pouco se proclama, com tão semelhante fama

- Numa altura mais discreta!

 

Eu lembrei hoje cedinho do bem amado Bidinho

Lembrei também ”Zé Pequeno”

Assim como estou lembrado, de Luiz Dantas Quezado

Lembrei-me muito sereno!

 

De poetas de minha terra, meu saudoso pé de serra

Fartamente idolatrado.

Costumava com alegria, ouvir de sua autoria

Lindos versos em punhado!

 

Esses foram realmente, historiadores, gente!

Com muita sabedoria

Destrinchavam com grandeza, com minúcias e beleza

Como bem lhes parecia.

 

Que ressurja em meu auxílio, o meu Professor Pompilio

Com a magia de contar

As suas belas histórias, todas elas de memória

Venha ele me ajudar!!

 

Queria com ele aprender, para então escrever

Historietas bonitas

Temperadas de humor, doçura e muito amor

Cujas nunca foram escritas.

 

Honras a  Pompilio Velho ...juro pelo Evangelho

Se morasse Sua memória

No meu “eu” ajudando, eu estaria brilhando

Nos patamares da glória.

 

Faria jus com a rima, a quem me pôs lá em cima

Como historiador

Peço encarecidamente, que se vá seguramente

Mais devagar com o andor!

João Bitu

...tem tudo a ver!
AMIGO
Roberto Carlos

 

João Bitu             

276 FORÇOSA OPÇÃO



FORÇOSA OPÇÃO


 


A minha família, exerce vigília

Em tudo que escrevo

Penso em largar, fazer o pior

Mas não me atrevo.

 

 Escrevo o que gosto,  a ninguém desgosto

A todos respeito

Ninguém desmereço,  daí não mereço

Qualquer um despeito

 

Verinha é mentora e a causadora

Sem misericórdia

De fato a estimo e a encho de mimo

Daí a discórdia

 

O Luis tem ciúmes, fazendo queixumes

A torto e a direito

O Cláudio coitado é sempre calado

Esconde no peito!

 

Já o Bitu Neto é bem mais discreto

De nada reclama.

A Dona Lulu e o João Bitu

Igualmente os ama!

 

Não quero agradar, nem desagradar

A este ou aquele

Sem ter intenção, criar um vilão

Na pessoa dum deles.

 

Não sei o que fazer, se sigo a escrever

Aquilo que sinto

Não sei se desisto, não sei se persisto

Ainda vou ver.

 

São ossos do ofício!... é um sacrifício

Que muito me afeta

É desconfortável, é inevitável

É a cruz do poeta!

 

O que é este dom, ruim ou é bom?

Pergunto surpreso.

Não posso falar, nem posso brincar

Com o rabo preso!

 

Acabo de achar, por que vou optar

Decisão segura!

Vou continuar e com força gritar...

-ABAIXO A CENSURA!

 

João Bitu

 

275 FUI,SOU E SEREI


FUI, SOU E SEREI


 


Já fui estudante, já fui importante

Já fui do Cariri

Já fui um político, já fui do fuxico

Já fui chefe ali.

 

Já fui ao gran Rio, já fui de navio

Já fui bedeboi

Já fui onde embarca, já fui lá de barca

Já fui a Niterói

 

Já fui seresteiro, já fui baderneiro

Já fui da orgia

Já fui de pernoites, já fui pelas noites

Já fui da folia!

 

Já fui das noitadas, fui das madrugadas

Já fui presepeiro

Já fui da gandaia, fui rabo de saia

Já fui desordeiro

 

Já fui caçador, já fui pescador

Já fui de usar choque

Já fui eu de farda, já fui de espingarda

Já fui do bodoque!

 

Sou lá das Lagoas, sou das terras boas

Sou de dons s virgens

Sou filho nativo, sou amante ativo

Sou fiel às origens


Sou Pai da Verinha, sou dela e ela é minha

Sou mais que feliz

Sou hoje evangélico, sou arrimo poético

Sou bom aprendiz

 

Sou cria da casa, sou tal uma brasa

Sou meio afobado

Sou já bem idoso, sou sim orgulhoso

Sou bem afinado!

 

Sou homem de frente, sou quente e valente

Sou bem atrevido

Sou líder sou forte, sou homem de sorte

Sou mui destemido!

 

Sou muito da troça, sou filho da roça

Sou fruto da terra

Sou cria do humor, Sou agricultor

Sou dum pé de serra!

 

 Serei bom cristão,  serei bom ancião

Serei comportado

 Serei e contemplo, serei um exemplo

Serei abençoado!

 

Serei arredio, serei sempre pio

Serei pois que vale

Serei um fã sim,  serei ...de MUNDIM

Serei por que ... VALE!

 

João Bitu

 

 

 

 

274 AS PRÓTESES


AS PRÓTESES


 


A velhice quando vem

Maltrata de muita forma

Às vezes até deforma

Quer com seqüelas, ou sem,

 Vai aumentando, porém!

 Começa  de forma  suave

Que já é um grande entrave

E judia pra valer.

Não tem pra onde correr

Tende é ficar mais grave!

 

Sem mais recursos caseiros

Lá se vai consulta aos médicos

Principalmente aos protéticos

Tanto quanto aos primeiros

Por recursos verdadeiros.

A visão vai se turvando

Muito menos  se enxergando

Tem que usar óculos de grau

Seja por bem ou por mau

Ou então finda cegando!

 

Tem que cumprir o destino

E buscar uma solução

Eis que também a audição

Não é mais a de um menino

E já reclama um otorrino

Não existe outro  jeito

 Os ouvidos com defeito

Não ouve bem de um lado

E já maltrata um bocado

Também o ouvido direito!

 

A gengiva machucada

A de baixo e a de cima

Nem um pouco se anima

Pra mastigar quase nada

É uma dor desgraçada.

Não pode comer linguiça

Saborear uma pizza,

Um  gostoso  mugunzá

Isto nem sequer pensar

Com dentadura é postiça

 

Por aí vão os suplícios

Alguns deles contornáveis

Não são lá mui confortáveis

Mas trazem seus benefícios

Os citados  artifícios ...

Pior que nesta  existencia

Há ainda deficiência

Pra cuja em nenhuma hipótese

Foi inventada uma prótese

Por nossa douta Ciência! ...

 

João Bitu