152 CURIOSIDADES NO SERTÃO
No sertão no dia a dia
- Com enorme simplicidade
Uma e outra novidade
Que a existência propicia
A vida nos contagia!
É ver em meio à pastagem
Um inseto de passagem
Despertado de assalto
Fugindo em sobressalto
Por entre a densa folhagem!
Doce chão de tanta glória
Onde enterrei meu umbigo
Donde guardarei comigo
Lembranças da minha história
Registradas na memória!
Com muito gozo e sossego
Com muito amor e apego
Desfrutando a natureza
Com toda sua beleza
Em seu afável aconchego!
Bem ao cume duma estaca
Um abre- fecha tremula
Tal um campina caçula!
E ainda mais se destaca
Sobre o dorso duma vaca
Que amamenta o garrote
E nem lhe importa o fricote
Da avezinha matreira
Numa prática costumeira
Que lá se vê em magote.
Um Caco de Cuia airoso
Sobre um lago sobrevoando
O seu fundilho molhando
Sobre a água venturoso
Num banho maravilhoso.
E aspirando numa boa
Um beija flor sobrevoa
Um pomar com muitas rosas
De flores maravilhosas
Viçando sob a garoa!
A cigarra disfarçada
Tal se não existente
Lança seu canto estridente
No meio da arvorada
Virtualmente encantada!
As lendas do caipora
Que faz medo e apavora
Faz mau uso do assobio,
Provocando arrepio!
Amedronta a qualquer hora.
As queixas da Mãe da Lua
Ecoando à distância
Repetindo com instância
A eterna
mágoa sua
Tanto
diz que se extenúa...
“Ai, mama” - triste lamento!”
Repete a todo o momento
Sem cometer exagero
Todo o seu desespero
Sua
dor, seu sofrimento!
Coisas
mais que curiosas
Que
não há cá no asfalto
Trazem
apenas sobressalto
Às
pessoas mais medrosas
Quando,
então, misteriosas!
Mas agradam
com intensidade.
Com
toda sinceridade
Viver
assim no sertão
Com
esta paz no coração
Só
faz bem de verdade!!
Não
me canso de exaltar
Tanta
harmonia e bonança
Que
usufruí em criança
Naquele
incrível lugar
De
uma beleza sem par!
Tanto
gozo, tanta alegria
Em
meu doce dia a dia.
Nunca
mais terei na vida
Coisa
sequer parecida
-EU ERA FELIZ, NEM SENTIA!!
João Bitu